Na quinta-feira, 17, o Governo do Estado, por meio do Instituto Água e Terra (IAT), autarquia vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), anunciou que o Paraná passará a ter uma nova Unidade de Conservação (UC) no litoral do Paraná: o Refúgio da Vida Silvestre dos Guarás que irá agrupar seis pequenas ilhas encravadas na Baía de Guaratuba, Araçá, Garças, Perigo, Capim do Meio, Capim e Garcinha, sendo este o 74.º complexo ambiental administrado pelo IAT no Estado.
Segundo o IAT, o Governo Federal já consentiu com a cessão dos espaços, que estão em processo final para incorporação pelo patrimônio do Governo do Estado. Segundo o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto, a nova UC será de Proteção Integral, ou seja, terá o objetivo de preservar a natureza, admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais com foco na preservação da biodiversidade local. “No caso do Refúgio dos Guarás, o espaço será liberado para pesquisas científicas voltadas para o cuidado com as aves”, completa.
“O Refúgio da Vida Silvestre dos Guarás já está situado em uma área de proteção permanente, que é a APA de Guaratuba. O que nós vamos fazer é um ordenamento, um controle de acesso para o monitoramento das aves. Afinal, elas já estão lá, aquele espaço é delas”, ressalta Andreguetto. “O que vemos é que muitos barqueiros encostam nessas ilhas e acionam as buzinas para que as aves voem e eles possam fazer fotos. Não é certo. É isso que nós vamos regrar”, completa.
O pássaro de pelagem vermelha é símbolo do litoral paranaense. De acordo com dados do Instituto Guaju, parceiro do IAT em ações de conservação da espécie, o guará voltou a se instalar na Baía de Guaratuba após décadas, sendo que a ave chegou a ficar extinta por cerca de 80 anos, retornando em 2008. Os animais em questão desempenham importante papel nos manguezais e ecossistema do litoral do Paraná. “A espécie é vista com maior incidência em Guaratuba (terra de muitos guarás) e Guaraqueçaba (lugar de guarás), nomes de origem indígena e que fazem referência à ave”, completa o IAT.
Legislação vigente
“Levantamento do Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do Instituto Água e Terra aponta a existência de 3.453 ilhas no Estado, sendo 2.835 fluviais, 354 marítimas, 65 mistas e 194 lacustres (lagos de água doce). A União é quem tem a titularidade sobre essas ilhas”, aponta o governo estadual.
Segundo o IAT, no caso do território da Baía de Guaratuba, que é atualmente o habitat dos guarás, o Governo Federal já concordou com o termo de cessão, que valerá por tempo indeterminado. “A Secretaria de Estado do Planejamento está finalizando os trâmites para incorporação do patrimônio natural, previsto para ocorrer até o começo de 2025”, completa.
Área verde e 73 UC´s no Paraná
“O Paraná possui hoje 73 Unidades de Conservação catalogadas pelo IAT, das quais 25 estão atualmente abertas para visitação geral. Esse montante compreende mais de 26.250,42 km² de áreas protegidas por legislação, formadas por ecossistemas livres que não podem sofrer interferência humana ou aquelas com o uso sustentável de parte dos seus recursos naturais, como os parques abertos à visitação pública”, ressalta o IAT.
Segundo o Estado, essas áreas de proteção “são divididas em UCs estaduais de Uso Sustentável, com 10.470,74 km²; UCs estaduais de Proteção Integral (756,44 km²); Áreas Especiais de Uso Regulamentado (Aresur), 152,25 km²; e Áreas Especiais e Interesse Turístico (AEIT), com 670,35 km², todas com administração do Governo do Estado”, completa. “O cenário se completa com as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, as chamadas RPPNs, que somam atualmente 553,83 km²; terras indígenas, com 846,87 km²; e Unidades Federais, de 8.840,39 km², sendo o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, a área mais simbólica; e Unidades Municipais (3.959,55 km²), como o Parque Barigui, em Curitiba”, finaliza o IAT.
Mais informações sobre os parques estaduais estão disponíveis no site do IAT.
Com informações da AEN