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Meio Ambiente

Para evitar doenças, chinelos são utilizados em pinguins em reabilitação

Chinelo é utilizado pelos pinguins em tratamento para evitar doenças na pele do animal (Foto: LEC/UFPR)

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Para evitar doenças, chinelos são utilizados em pinguins em reabilitação

Técnica inovadora é desenvolvida pela UFPR no litoral do Paraná

Na quarta-feira, 9, o Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna Marinha (CReD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), localizado em Pontal do Paraná, divulgou um fato curioso, mas de importância para a ciência e o meio ambiente do litoral do Paraná:  uma técnica inovadora desenvolvida pela UFPR utiliza uma espécie de chinelo em pinguins que estão sendo recuperados no local, algo que evita doenças nos pés, as quais são causadas pelos períodos longos fora da água. O tratamento a pinguins debilitados acontece o ano todo no litoral paranaense, via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), com diversos tratamentos até total recuperação e devolução ao habitat natural.

“Alguns desses animais acabam passando muito tempo em cativeiro, no processo de reabilitação, e podem desenvolver doenças nos pés, denominadas de pododermatites, por ficarem longos períodos fora da água”, afirma a bióloga e coordenadora do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) e do PMP-BS/UFPR, Camila Domit. Segundo ela, buscando evitar essas doenças, a equipe do CReD tenta manter os pinguins mais tempo dentro da água e prepara o ambiente deles com piso diferenciado e seixos rolados, uma espécie de pedregulho arredondado, entretanto, mesmo assim, há risco de pododermatites nos animais que passam muito tempo em recuperação. 

“Alguns pinguins chegam extremamente debilitados e demandam mais tempo para aprenderem a comer e a nadar sozinhos novamente. Por isso fazemos alguns testes para reduzir as consequências de longos períodos em cativeiro. Um deles é essa espécie de chinelinho, que deixa os pés dos pinguins mais fofinhos quando estão fora da água”, explica a bióloga. Segundo ela, o mecanismo gerou resultados positivos, algo reparado por toda a equipe veterinária.

Chinelos eficientes e importância científica do Centro

“Alguns animais acabam passando muito tempo em cativeiro, no processo de reabilitação, e podem desenvolver doenças nos pés, denominadas de pododermatites”, afirma a bióloga e coordenadora do LEC e do PMP-BS/UFPR, Camila Domit  (Foto: LEC/UFPR)

De acordo com o médico veterinário responsável pelo CReD PMP-BS/UFPR, Marcillo Altoé, o espaço possui a missão contínua de salvar vidas, reabilitar fauna marinha para retorno à natureza, bem como uma importância para o contexto científico. Isso porque, de acordo com ele, no Centro são experimentados novos procedimentos e tecnologias para melhorar a vida dos animais e as formas de tratamento.

“Os pinguins que estão usando o chinelinho estão em tratamento desde setembro e outubro e são considerados retardatários, tendo chegado ao litoral paranaense após o término do inverno. Como estavam mais debilitados, precisarão de mais tratamento e devem passar um período ainda mais longo em cativeiro”, informa a assessoria da UFPR.

PMP-BS

O PMP-BS é uma atividade desenvolvida para atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. “Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos. O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. O LEC UFPR é responsável por monitorar e avaliar os encalhes no Trecho 6, compreendido entre os municípios de Guaratuba e Guaraqueçaba (PR)”, complementa a assessoria.

Década do Oceano

Outro avanço importante é a parceria entre a UFPR e Unesco, a qual mobilizará ações relacionadas à Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, estipulada pela Organização das Nações Unidas para os anos de 2021 a 2030. “A Década do Oceano construirá uma estrutura comum para que a ciência oceânica garanta a implementação da Agenda 2030 no âmbito dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU”, informa a UFPR.

“Na UFPR, a ação começou a ser articulada pelo Programa de Pós-Graduação em Sistemas Costeiros Oceânicos. Com a formação de uma rede colaborativa de pesquisadores, o grupo lançou um perfil no Instagram com um desafio para a sociedade pelo desenvolvimento sustentável. Foram mais de 1.400 perfis engajados na campanha 30 dias pelos Oceanos”, finaliza a universidade pública.

Com informações da UFPR

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