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Meio Ambiente

Ameaçada de extinção, tartaruga-gigante desova pela segunda vez em Pontal do Paraná

Desova aconteceu no balneário Pontal do Sul. Processo é acompanhado pelo LEC da UFPR (Foto: Bruna Barros, Renata Soares e Camila Domit – LEC-UFPR)

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Ameaçada de extinção, tartaruga-gigante desova pela segunda vez em Pontal do Paraná

Equipe monitora espécime desde o dia 31 de dezembro 

Na noite de domingo, 10, equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) constatou que a tartaruga-gigante, espécie ameaçada de extinção que havia feito desova no dia 31 de janeiro em Pontal do Paraná, voltou a desovar na mesma região. Além do acompanhamento contínuo, há cerca de 11 dias, equipe de profissionais e pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Praias (PMP-BS) e do LEC da UFPR atua no isolamento de área na praia do balneário de Pontal do Sul, onde a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), como também é conhecida, depositou seus ovos que garantem a reprodução da espécie. 

Segundo a assessoria da UFPR, o acompanhamento da segunda desova, ocorrida durante a noite, foi algo mágico. “Durante o monitoramento noturno, a equipe do laboratório registrou a fêmea de tartaruga-gigante em atividade de desova. A mesma tartaruga fez sua primeira desova no dia 31 de dezembro”, explica.

“Os pesquisadores fizeram a coleta de amostras biológicas para avaliar a saúde do animal, assim como a microchipagem para rastreio de longo prazo. A fêmea está bem e saudável, a desova foi abundante e a volta para o mar foi perfeita! A tartaruga-de-couro, ou tartaruga-gigante, é uma espécie criticamente ameaçada de extinção em todo o mundo e as pesquisas do laboratório contribuem para a avaliação e conservação da espécie no Brasil”, afirma a assessoria da UFPR.

A tartaruga-gigante raramente vem ao litoral do Paraná e, desde a primeira desova no fim de dezembro, os pesquisadores já tinham a expectativa do retorno do animal para nova desova, o que pode ocorrer até dez vezes na mesma temporada. “A tartaruga-gigante é uma espécie criticamente ameaçada de extinção e precisa de todos os cuidados e monitoramento especializado durante dia e noite em todo seu período reprodutivo”, afirma a bióloga e pesquisadora Camila Domit, que coordena o LEC/UFPR.

A população não pode interferir no processo de desova e reprodução da tartaruga, o que se constitui crime de moléstia de animais, conforme legislação ambiental. As principais orientações são a de não mexer na tartaruga e ovos, evitando inclusive frequentar o local de desova. “Obedecer às orientações é essencial para dar chance de sobrevivência aos filhotes da espécie ameaçada, que já têm baixa expectativa de chegar à vida adulta”, explica a UFPR, destacando que tais medidas valem para qualquer animal marinho avistado na região.

Risco crítico de extinção

Segundo a UFPR, a tartaruga-gigante é a maior espécie de tartaruga marinha existente no mundo, podendo pesar 700 quilos e medir até dois metros. A maior parte das desovas desta espécie ocorre no litoral norte do Espírito Santo, entretanto alguns casos já ocorreram no Paraná. “De acordo com a classificação do Ministério do Meio Ambiente (MMA) é uma espécie criticamente em perigo de extinção. Ainda com a proteção integral (proibição de captura, transporte, armazenamento, guarda, manejo, beneficiamento e comercialização), ainda são registrados encalhes de animais adultos, causados por saúde debilitada, nas regiões Sudeste e Sul do Brasil”, explica.

Desovas raras 

De acordo com a UFPR, é  raro acontecer uma desova de tartaruga-gigante no litoral do Paraná. “As ocorrências reprodutivas anteriores desta espécie de tartaruga no Paraná foram entre os anos de 2007, 2009 e 2014, e se referia a um mesmo animal identificado que acabou indo a óbito, provavelmente devido à captura incidental em atividades pesqueiras (o animal tinha marcas e a presença de anzóis de pesca comercial)”, explica. As fêmeas da espécie podem colocar ovos até dez vezes por temporada, porém poucos filhotes conseguem chegar à vida adulta, visto que a tartaruga-gigante é muito vulnerável à pesca comercial e degradação ambiental. 

Com informações da UFPR

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