Costurando as Feridas do Tempo

Tento falar, mas me calo.

Eu não tenho palavras

Nem versos para expressar o que carrego no peito.

Preciso te contar, revelar ao mundo,

Mas só sei falar do quanto te amo.

Meu peito é um turbilhão de emoções.

Meu coração parece que se acostumou,

Não sabe mais viver sem este barulho.

Prefere isto à calmaria da sua ausência.

Por isto te peço,

Deixe-me viajar na sua mente,

Orientando-me no seu destino.

Tendo na ponta dos pés uma folha em branco

Ansiosa por meus versos, que ora flutua

Acariciando suas bochechas e

Expulsando a noite dos seus olhos.

Em uma mão tenho a tinta de desejos e

Noutra, a agulha com que costuro as feridas

Causadas pelo tempo sem você.

Juciane Afonso