Dando sequência às sabatinas feitas com os candidatos a prefeito de Paranaguá, a Folha do Litoral News divulga hoje as propostas para o setor de saúde do município. A área é uma das mais complexas e importantes para o Poder Público e sociedade, algo que se intensificou em 2020, em virtude da importância do atendimento público de saúde devido à pandemia da Covid-19, algo que ocorreu em Paranaguá, no Brasil e no mundo todo.
O foco é os candidatos abordarem as propostas para a rede municipal de saúde em seu governo. Este é o quinto assunto trazido pelos postulantes ao Palácio São José que está sendo divulgado. É válido ressaltar que cada candidato teve o mesmo tempo, de até dois minutos, para abordar suas ideias sobre cada tema apresentado. Além da veiculação impressa, as entrevistas serão divulgadas em vídeo e texto no site da Folha do Litoral News no link www.folhadolitoral.com.br. Confira:
José Baka Filho (PDT) concorre pela coligação Trabalho e Liberdade: Construindo uma Paranaguá para frente e melhor (PDT e PT) ao lado do candidato a vice-prefeito Ubirajara Maristany (PT)
“Nós implantamos em Paranaguá, quando fui prefeito e iniciei minha gestão em 2005, o programa Saúde da Família, que virou Estratégia Saúde da Família. Nós conseguimos atender 18 bairros, deixamos tudo programado para chegar aos 34 bairros, para atender Paranaguá. O nosso compromisso com a saúde de Paranaguá é reimplantar o Estratégia Saúde da Família, fazendo mais concursos públicos para colocar na estrutura de saúde da prefeitura os profissionais que saíram. Colocar mais enfermeiros, mais técnicos em enfermagem, médicos e dotar os nossos postos de saúde de todos os equipamentos e também colocar o remédio nos postos de saúde. A gente tem visto que em muitos postos de saúde a pessoa consegue ser atendida, mas sai com uma receita e o remédio não tem naquele posto, a pessoa tem que comprar e, muitas vezes, não tem o dinheiro. Essa é uma situação que vamos resolver porque já havíamos resolvido na nossa gestão. Nós inauguramos o Hospital João Paulo II, iniciamos a construção da UPA, implantamos o Samu em Paranaguá, se o Samu existe hoje é porque nós implantamos. Aqueles tempos bons, quando existia realmente uma preocupação com a saúde, um cuidado todo feito pela nossa então secretária Dra. Isolda, cuidando das pessoas, fazendo com que os remédios chegassem, os exames laboratoriais fossem feitos, não havia tanta demora para as consultas especializadas, isso tudo vamos fazer. Também um prontuário digital, o qual poderá ser acessado de qualquer ponto da cidade. Estamos em meio a uma pandemia, rezando para que esse momento passe e temos um programa pós-pandemia. Mas, até a pandemia passar, adotaremos todas as medidas de segurança e orientações”.
Marco Sukita (PV) concorre com o candidato a vice-prefeito Lucio José Teodoro (PV)
“A proposta do PV, do 43, é construir ou conseguir comprar uma área que esteja desativada, há várias áreas e prédios desativados, para construir um Hospital Municipal de verdade, com equipamento, tecnologia, isso é possível. Paranaguá é uma cidade que ainda depende muito da saúde. O Governo do Estado implantou aqui o Hospital Regional, que é de pronto-atendimento e tem uma demanda muito grande, então a gente depende muito da capital, do Nossa Senhora do Rocio lá em Campo Largo, do Hospital Evangélico em Curitiba, entre outros, então precisaríamos contratar mais médicos para que venham a Paranaguá dar o seu melhor. Gostaríamos também de dar uma prioridade àquelas pequenas doenças em torno de glicose, pressão alta, são coisas que poderiam ser atendidas dentro das residências ou nos bairros, levar o médico, o enfermeiro, o técnico, até os bairros, com um sistema volante em que a gente coloca uma van ou um micro-ônibus com todo o equipamento para atender os bairros. Só viriam ao hospital para grandes impactos, aquelas doenças crônicas. Precisamos na saúde valorizar, pagar melhor os funcionários, para que eles concedam um melhor atendimento a nossa população. Deixo bem claro que precisamos olhar as crianças, investir melhor no hospital para as crianças, pois elas precisam de mais atendimento. Hoje se você precisa de um pediatra a dificuldade é muito grande”.
Adriano Ramos (Republicanos) concorre na Coligação Nova Paranaguá (Republicanos, DC, PTC e Avante) junto ao candidato a vice-prefeito Marcio Vega, o “Marcio da Max Espetos” (Avante)
“Na saúde, nós vamos investir muito pesado, pois como vereador eu conheço a nossa realidade, sei pelo que a nossa população passa. Nós não podemos, por exemplo, nesta gestão, você vai hoje na UPA, que ainda não é UPA, e você precisa de uma medicação a partir das 19h, você não tem, porque a farmácia está fechada. Isso não pode acontecer. Eu passei pelo Coronavírus, eu, minha esposa e meus quatro filhos, eu fui em um hospital de campanha junto ao meu filho mais velho, pois fomos os primeiros a apresentar os sintomas, por volta das 13h, o médico já receitou o antibiótico, pois meus pulmões já estavam comprometidos, eu fui do lado na farmácia, peguei o antibiótico, já tomei, olhei na bula e ali dizia que o azitromicina de duas a três horas já começa a funcionar. Muito bem, mas se é uma outra pessoa que vai a partir das 19h e precisa da azitromicina? A farmácia já está fechada. É inconcebível que no século XXI nós não tenhamos dentro do município um atendimento da farmácia 24 horas. Isso é algo básico e necessário que imediatamente nós já vamos resolver na nossa gestão para deixar o povo parnanguara seguro. Vamos trabalhar na atenção básica, isso é prioritário no nosso governo. Na atenção básica, os nossos agentes de saúde vão com uma prancheta, um papel e uma caneta na mão, e a tecnologia? Nosso agente de saúde precisa estar com tudo na palma da mão para ele poder lançar e já cair lá no sistema, no prontuário, para que o médico possa saber como foi aquela visita e como você está. Temos que trabalhar também para que nós tenhamos médicos, porque se você precisa hoje do médico, você sabe que você tem que subir a serra, porque aqui nós não temos especialistas. Vamos ter os especialistas para atender a nossa população de Paranaguá, isso é ponto chave. E para encerrar construiremos a UPA porte III na região sul da cidade para atender Vila Garcia, Jardim Esperança, Vale do Sol, Samambaia e dividir a cidade com duas UPAs, isso é fundamental para proteger nossa população com relação à saúde”.
Alceu Maron Filho (PROS) concorre pela coligação Paranaguá de Todos (MDB, PROS e Solidariedade) ao lado do candidato a vice-prefeito, João Cláudio Marques (MDB)
“A saúde em Paranaguá está, infelizmente, em pandarecos e isso se deve não só à pandemia, que é um problema de saúde no mundo todo. Mas aqui em Paranaguá a nossa saúde já estava doente bem antes pela rede de atenção do cidadão em um posto de saúde, quando está com gripe, dor no estômago, problema de articulação, é aquele primeiro atendimento. Isso está totalmente desarticulado. O Hospital João Paulo II, que antes fazia pequenas cirurgias, tinha um bom trabalho de fisioterapia, entre outros, estão totalmente desfeitos, porque fizeram um hospital de campanha, que é uma mentira. São 10 camas, sem oxigênio para a população, não tem trazido nenhum benefício no combate à pandemia. A atual administração desvestiu um santo e não vestiu outro e isso pela falta de qualificação das pessoas que hoje estão tocando a saúde em Paranaguá. Não é possível que a gente não extraia da área médica, de enfermagem, pessoas qualificadas para gerir a nossa saúde. O problema em Paranaguá não é falta de dinheiro para a saúde, é falta da boa gestão do dinheiro oferecido à saúde”.
Marcelo Roque (Podemos) concorre à reeleição na coligação Pra Fazer Muito Mais (Podemos, Progressistas, PSL, PL, PSB, PSDB, PSD) ao lado do candidato a vice-prefeito José Carlos Borba (PSD)
“A área de saúde requer uma atenção redobrada de qualquer gestor público e é uma pasta muito difícil de ser gerenciada, pois todos os dias são necessários investimentos robustos, como nós fizemos na nossa gestão. Desafogamos a UPA, fizemos o atendimento estendido nos postos da cidade até a meia-noite, construímos três novos postos de saúde no Porto Seguro, Leblon e Ilha dos Valadares. Fizemos o posto 24 horas na Ilha dos Valadares, que era um sonho de todos os insulanos, com uma viatura ao lado. Nós compramos mais de R$ 12 milhões em veículos para que as pessoas que fazem tratamento fora do domicílio, como micro-ônibus. O município nunca teve ambulância avançada, hoje nós temos quatro, compramos quatro durante a nossa gestão. Equipamos bem a saúde, contratamos profissionais para que isso acontecesse. Agora nós estamos fazendo uma reforma ampla e ampliação na UPA, tornando uma UPA de verdade, são mais de R$ 6 milhões que estão sendo investidos para dar uma qualidade de atendimento para toda a Paranaguá. É isso que estamos fazendo, investimentos em todos os setores da nossa saúde. O marco que eu posso dizer na nossa gestão é o Centro de Oncologia do Hospital Erasto Gaertner que hoje temos no nosso município, nós lutamos muito por isso e hoje todas as pessoas que precisam fazer tratamento de câncer fazem em Paranaguá, não precisam sair de manhã, não vão lá para Curitiba para fazer quimioterapia que é um tratamento difícil. O marco da nossa gestão foi o Centro de Oncologia que está atendendo toda a população de Paranaguá. Este ano foi importante para essas pessoas, quero parabenizar a nossa saúde de Paranaguá e faremos muito mais para todos os moradores que precisam de uma saúde de qualidade”.
Fabiano Elias (Cidadania) concorre junto com o candidato a vice-prefeito Maike Santos (Cidadania)
“Em relação à saúde, primeiro temos que entender que o profissional da saúde é o elo mais importante nessa relação entre a necessidade da pessoa e o atendimento público. Fortalecer e garantir ao funcionário, àquele agente comunitário de saúde, ao médico, ao dentista, ao auxiliar, ao administrativo, que eles terão todas as garantias de crescimento profissional e remuneração em suas profissões é fundamental para um ótimo atendimento. Aliado a isso, precisamos administrar municipalmente todos os níveis de atendimento de saúde, desde o ambulatorial até o hospitalar. Para isso, temos que consolidar o João Paulo II como unidade hospitalar, inclusive com internação e pequenos procedimentos cirúrgicos. Vamos criar, tanto no Porto dos Padres, quanto na Ilha dos Valadares, unidades pré-hospitalares para que as pessoas possam ter atendimento até a internação simples, para evitar este deslocamento ao Hospital Regional do Litoral (HRL). Postos de saúde equipados com raio-X, equipamentos de ecografia e laboratoriais são imprescindíveis para evitar que a população tenha que circular pela cidade toda para encontrar o atendimento de que necessita. Não são aparelhos caros, são fáceis de instalar e de operar, então ter pelo menos seis postos de saúde na Ilha do Mel, na Alexandra, no Valadares e na cidade de Paranaguá mais três equipados com esses equipamentos, nós garantiremos que a cidade tenha atendimento em todos os locais e em todos os níveis. Tudo isso incluso em um sistema integrado de informatização, em que a pessoa tenha todos os seus dados médicos integrados em todos os postos de saúde, assim ela poderá ser atendida bem em qualquer lugar”.
Dr. Manoel Barbosa (PCdoB) concorre ao lado da candidata a vice-prefeita Esmeralda Quadros (PCdoB)
“A questão da saúde é fundamental em Paranaguá. Todo mundo sabia que a pandemia estava vindo da China e de outros locais e Paranaguá acabou não estando preparada para receber e tratar esta situação, que depois se acumulou ainda com a questão da dengue. Nós temos como grande objetivo o programa de Saúde da Família, retomar o programa, porque ele consegue fazer o acompanhamento das famílias por quadras com uma equipe de saúde que é integrada por técnicos de saúde, agentes comunitários de saúde, médicos e enfermeiros, somente assim a gente conseguirá fazer uma saúde preventiva e não uma saúde que vá atender lá em uma situação limite e que a pessoa já tenha que ir para o hospital. Defendemos a criação de quatro policlínicas, essas policlínicas integradas com universidades estaduais e inclusive pode ser com a Universidade Federal. E também a criação do Hospital Municipal, pois temos estrutura para isso, temos lá o hospital João Paulo II que pode ser retomado como hospital municipal. É importante que as equipes de combate à endemias sejam realmente ativadas e o servidor da saúde tem que ter um incentivo, a partir do momento que ele cumpra as metas dele é importante que ele tenha uma valorização profissional. A saúde é um assunto muito sério para que a gente tenha um município que desenvolva a nossa população com saúde, educação e segurança”.
Julinho Lima (PATRIOTA), concorre ao lado da candidata a vice-prefeita Roselaine Barroso Ferreira (PATRIOTA)
“Tivemos um grande problema que foi a questão da Covid. Paranaguá não se prontificou para essa questão. Tenho uma página no Facebook – julinholimaparanagua – e escrevi um texto no dia 30 de abril já antevendo com lookdown que houve na cidade e os problemas que viriam pela frente. Naquele momento, não havia nenhum óbito nem caso e eu já antevia o que teríamos que fazer. Pegar um ginásio como o Albertina Salmon e fazer um hospital de campanha com 100 leitos e investimento maciço em aparelhos de acordo com as especialidades médicas, como respiradores e testagem para a Covid, e a prefeitura não se prontificou a isso. O que aconteceu? Foram mais de 80 mortos em Paranaguá, a cidade está de luto. Poderíamos evitar isso. Usaram o Hospital João Paulo II, que não tem condições nenhuma hoje, e esse hospital que outrora foi um grande hospital em Paranaguá de especialidades e microcirurgias. Hoje, não existem mais microcirurgias, não existem médicos especialistas, não existe aparelhagem de acordo com ecografia e ultrassonografia”.
Emmanuel Lobo (PCO) concorre ao lado do candidato a vice-prefeito Marcos Antônio (PCO)
“O PCO é o único entre todos os partidos que no início da pandemia lançou um programa com 32 pontos para chamar os trabalhadores a se organizarem e a enfrentarem a pandemia do novo Coronavírus. Hoje o País está caminhando para 150 mil mortes, apenas em dados oficiais, o que a gente sabe que é subnotificado pelos governos Bolsonaro e Ratinho Júnior, Rafael Greca, Marcelo Roque, querem esconder a verdade da população, porque a verdade mostra que eles são verdadeiros genocidas, executores da política do Bolsonaro, da burguesia dos patrões, que querem abrir a economia morra quem morrer, como falou um prefeito da direita. Nesse sentido, a saúde só pode ser resolvida com a organização dos trabalhadores para estatização total do sistema de saúde que vem sendo destruído pelos golpistas, sobretudo desde 2016, e que a gente vê o resultado. Paranaguá teve centenas de mortes, Curitiba está chegando a três mil mortes, o Paraná passou e chega a cinco mil mortes. No Brasil, você tem centenas de milhares de mortes. É como se o País estivesse em uma guerra e essa guerra é da direita golpista, dos políticos que representam os capitalistas contra toda a população. Que se viu forçada a trabalhar desde sempre, o isolamento social serviu apenas para uma parcela de trabalhadores do serviço público e profissionais liberais, mas a maior parte da população seguiu sendo aglomerada no transporte coletivo, nas indústrias, nos frigoríficos, o Paraná é o Estado com mais de cinco mil trabalhadores dos frios contaminados. O que nós defendemos para a saúde é a estatização total do sistema sob o controle social da população que é quem o usa o sistema público de saúde e é quem entende muito melhor que quem vai para o Sírio Libanês quais são as suas reivindicações e necessidades”.
*O candidato a prefeito Aramis Soares do Nascimento, o “Pichaco” (DEM), justificou sua ausência.