Não é de hoje que a Folha do Litoral News divulga que a Ala Covid-19 do Hospital Regional do Litoral (HRL) está lotada. A demanda por leitos é contínua e atingiu seu ápice na pandemia em março de 2021. O que está sendo visto agora, no que tange à ocupação do HRL e outros hospitais do Paraná, é o saldo de desrespeitos por parte da população às medidas preventivas, algo que ocorreu no recesso de Carnaval, onde, mesmo com as festas cancelas, houveram aglomerações no litoral e em todo o estado.
Em entrevista aos veículos de imprensa, o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, chegou a alertar que a situação do atendimento ao Coronavírus no Paraná beira o colapso. Isso não é apenas discurso, é algo visto também na prática, infelizmente. Até a terça-feira, 2, 92% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Paraná para tratamento a pacientes com Covid-19 estavam lotados. Além disso, segundo a Sesa, somente no leste do Paraná, região onde se inclui o litoral, haviam 142 pacientes na fila, aguardando leitos para tratar a Covid-19.
O que está acontecendo é uma superlotação que já foi alertada por autoridades há meses. Muito se cobra do Poder Público atitudes para conter a pandemia, entretanto, a Sesa, por exemplo, já abriu centenas de leitos desde o início de 2021, entretanto, mesmo assim, a demanda cresce a cada dia. Durante um ano o Paraná ampliou mais leitos do que em 20 anos de história de saúde pública. Mesmo com todo o esforço, o desrespeito prossegue ativo por parte dos cidadãos ao uso de máscara, ao distanciamento e à higienização. A insensatez é um vírus tão transmissível quanto o Coronavírus.
Os leitos estão sim em falta, mas o desrespeito prossegue em peso em grande parte da população paranaense e litorânea. O lockdown foi decretado no estado na última sexta-feira, 26, bem como ampliação do toque de recolher, entre outras ações emergenciais anunciadas pelo governador Ratinho Júnior. No entanto, para que haja um controle da pandemia, é necessário que a sociedade paranaense some esforços com o Poder Público. Há pessoas que demonstram uma total falta de sensibilidade e respeito e prosseguem se aglomerando, utilizando a máscara abaixada ou nem mesmo a utilizando nas ruas. Cada ato de desrespeito às medidas preventivas é um soco no estômago do bom senso, do respeito ao trabalho dos profissionais da saúde e da visão ideal de sociedade humana, que deve ser fraterna e prezar pelo coletivo.
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