Dia dos Pais

Pai de filho autista destaca as conquistas e as diferentes formas de perceber o mundo

Anderson do Espírito Santo Fonseca é pai do Nathan, de 11 anos

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Em 13 de agosto, domingo, é comemorado o Dia dos Pais. Nesta data, os filhos homenageiam e agradecem aos pais toda a companhia, suporte e carinho recebido ao longo de suas vidas. Normalmente, os pais recebem presentes, mensagens, beijos e abraços dos filhos e filhas, demonstrando todo o amor que um sente pelo outro.

Os pais buscam estar mais próximos dos seus filhos e participando de momentos únicos entre ambos. Há aqueles que acompanham o seu crescimento e ao mesmo tempo segue presente ao longo da vida. Pensando nesta postura mais consciente e com o objetivo de incentivar que mais pais se tornem protagonistas quando o assunto é paternidade, a Folha do Litoral News conversou com Anderson do Espírito Santo Fonseca, pai do Nathan, de 11 anos, que tem diagnóstico de autismo.

Anderson comentou de que forma ele se faz presente na vida do seu filho Nathan Kamarowski Fonseca, de 11 anos. “Como pai, minha presença na vida do meu filho é constante, buscando compreendê-lo e apoiá-lo em todas as etapas. Enfrentamos desafios diários, especialmente em relação às desregulações sensoriais, o que exige que eu esteja sempre atualizado para oferecer o melhor suporte possível”, disse.

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Nathan está no 6.º ano do Colégio Nova Geração, em Paranaguá, e foi diagnosticado aos 3 anos de idade com autismo. Seu pai, Anderson, relatou que no dia a dia há muito aprendizado. “Nosso dia a dia é cheio de aprendizado e descobertas. Adaptamos nossa rotina para atender às necessidades do nosso filho, considerando suas sensibilidades sensoriais e oferecendo um ambiente seguro para que ele possa se desenvolver”, contou o pai.

PAI DE AUTISTA

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurodesenvolvimental caracterizado por atipias no desenvolvimento, comportamentos sociais e de comunicação deficientes, além de padrões repetitivos. Sinais de alerta podem aparecer nos primeiros meses, com diagnóstico em torno dos 2-3 anos, sendo mais comum em meninos. 

Anderson Fonseca disse que ser pai de filho autista o ensinou a celebrar e valorizar as conquistas do pequeno Nathan. “Ser pai de um filho autista traz desafios únicos, mas também uma oportunidade incrível de crescimento pessoal e conexão profunda. A jornada nos ensinou a apreciar cada pequena conquista e a valorizar a singularidade do nosso filho”.

Identificar atrasos e diagnosticar o TEA cedo permite intervenções comportamentais e educacionais precoces, aproveitando a plasticidade cerebral. Tratamento precoce, incluindo estimulação, é crucial mesmo em casos suspeitos antes da confirmação diagnóstica.

“A chegada do meu filho mudou completamente minha perspectiva de vida. Ele é filho único desse casamento, mas tenho mais dois filhos que moram no Rio de Janeiro, uma menina com 29 anos e um menino com 18 anos. A responsabilidade de criar e apoiar um filho autista me inspirou a buscar conhecimento e desenvolver habilidades específicas”, completou o pai.

FILHO E ESPOSA AUTISTAS

Durante a entrevista, Anderson contou que além de Nathan, a sua esposa também foi diagnosticada com autismo. “É verdade, tanto meu filho quanto minha esposa são autistas. Meu filho foi diagnosticado aos 3 anos e minha esposa foi diagnosticada quando adulta. Essa perspectiva compartilhada nos permite compreender melhor um ao outro e encontrar maneiras de nos apoiarmos. Nossa dinâmica familiar é moldada pela empatia e pela valorização das diferentes formas de perceber o mundo”, exprimiu.

DESAFIOS E CONQUISTAS

Segundo Anderson, ao longo do tempo desafios foram enfrentados, mas também há muitos motivos para comemorar. “Ao longo do caminho, enfrentamos desafios em comunicação e interações sociais, mas também celebramos cada pequena vitória e progresso. Desde a superação de dificuldades sensoriais até a conquista de marcos no desenvolvimento, cada passo adiante é motivo de comemoração”, disse. “Como pai, precisei aprender a ser mais flexível e paciente, criando um ambiente de apoio e compreensão para meu filho florescer. Fui desafiado a desenvolver habilidades de comunicação diferenciadas e a encontrar abordagens que melhor se adequassem às necessidades específicas dele”, concluiu.

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PATAS DO BEM

De acordo com Anderson, o projeto Patas do Bem foi fundamental no desenvolvimento do seu filho. “Externo a minha profunda gratidão ao projeto “Patas do Bem”, que desempenhou um papel valioso na terapia assistida com animais, idealizado por Amanda Roque. Essa iniciativa singular fez uma diferença significativa na evolução do Nathan, proporcionando-lhe uma conexão especial com os animais, que tem contribuído de maneira única para o seu desenvolvimento”, afirmou.

“Todo esse resultado satisfatório somente foi possível graças a gestão de excelência do prefeito o Senhor Marcelo Elias Roque, que por intermédio da Secretaria Municipal de Inclusão ofereceu ao meu filho o necessário e exemplar atendimento de forma acolhedora e oferecendo o suporte e os recursos disponíveis que foram peças fundamentais na garantia dos direitos aos autistas”, agradeceu Anderson.

O DESEJO PARA O DIA DOS PAIS

“Neste Dia dos Pais, meu desejo é que meu filho continue a crescer feliz e confiante, sabendo que estou sempre aqui para apoiá-lo em sua jornada. Desejo que ele seja capaz de explorar suas paixões e interesses, superando desafios com determinação e mantendo sua autenticidade em um mundo que muitas vezes não compreende plenamente a diversidade autista”, finalizou.

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Alex Vizine

Formado em Letras e respectivas Literaturas pela Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá (FAFIPAR) em 2014 e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar) em 2018. Desempenha suas funções na Folha do Litoral News desde 2020 como Microempreendedor Individual (MEI), além de atuar com produções audiovisuais e em radiodifusão no litoral do Paraná. Associado ao Rotary Club de Paranaguá Rocio, ministro da Eucaristia e da equipe de liturgia no Santuário Estadual de Nossa Senhora do Rocio.