Tradicionalmente no Brasil, o segundo domingo do mês de maio é de celebração do Dia das Mães. Com a data, vem à tona um importante debate sobre algo que muitos especialistas afirmam: as mães estão mais cansadas do que nunca. É o que aponta a psicóloga Valéria Ghisi. Além do perfil de mulher multitarefa, que concilia trabalhos domésticos, família, maternidade e vida profissional, pontos fundamentais, como desemprego, futuro incerto e medo dos impactos da pandemia, também afetam a saúde mental das mulheres.
Em recente pesquisa desenvolvida pelo departamento de neuropsicologia do hospital pertencente à Universidade de São Paulo (USP), elas foram muito afetadas emocionalmente pela Covid-19. Cerca de 40,5% das entrevistadas apresentaram sintomas de depressão; 34,9% mostraram sinais de ansiedade e 37,3% de estresse. “Sabemos bem que a pandemia impactou a saúde e aspectos comportamentais dos brasileiros. Como é o caso de muitas mães, já que boa parte delas acumulou ainda mais responsabilidades e funções, por conta da dupla jornada. Elas precisam acompanhar o desenvolvimento escolar dos filhos, receios e inseguranças dos pequenos e equilibrar tudo isso com as outras demandas pessoais e profissionais. Por mais que exista a figura paterna em algumas casas, vale sempre lembrar que o Brasil apresenta altos índices de abandono parental. Mesmo no caso de cônjuges mais participativos, as tarefas ‘invisíveis’ em sua maioria ficam por conta da mulher”, afirma a psicóloga e professora do Valéria.
Segundo pesquisa desenvolvida pela ONU Mulheres, a pandemia aumentou o abismo na divisão de tarefas domésticas no Brasil e em outros 16 países participantes. Para 43% das mulheres entrevistadas, a frase “tive que assumir muito mais responsabilidade pelas tarefas domésticas e cuidados com crianças e família durante esta pandemia” faz cada vez mais parte da rotina. Ainda, de acordo com dados levantados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as mulheres são o grupo mais vulnerável a problemas de saúde mental durante a pandemia da Covid-19.
Cuidado com a saúde mental, emocional e física
Mesmo que o cenário não seja positivo, existem ações que podem melhorar o bem-estar emocional. A busca por uma vida saudável e equilibrada auxilia no combate a possíveis doenças psíquicas e físicas. Segundo a engenheira de alimentos Erika de Almeida, a alimentação saudável é um dos pontos fundamentais nesse processo.
“Uma vida saudável inclui o ato de se exercitar regularmente, não abusar de bebidas alcoólicas ou cigarros, se alimentar com produtos que sejam de fato saudáveis, produtos orgânicos, integrais e frescos, ter boas noites de sono e saber manejar o estresse. Ou seja, lidar com as pressões cotidianas por meio de estratégias cognitivas, físicas ou de suporte psicológico, como mindfulness, psicoterapia e terapia”, afirma. Alguns nutrientes específicos, segundo Erika, são uma alternativa para ajudar a diminuir e controlar a ansiedade. “Magnésio, cálcio e triptofano são exemplos de itens que aumentam a produção de serotonina, conhecida como o hormônio da felicidade. Outros nutrientes, como ômega-3 e selênio, por exemplo, contribuem para um melhor funcionamento do organismo, ao amenizar os sintomas da ansiedade. Castanha-do-Pará, banana, chia e frutas cítricas são boas pedidas. Destaco ainda que alimentos saudáveis podem ser grandes aliados neste cenário, desde que combinados a exercícios físicos e noites bem dormidas”, finaliza Erika.
Da Assessoria