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Dia da Mulher

Mulheres têm história de luta no acesso à educação

Professora conta sua trajetória de dedicação e comprometimento com a formação de estudantes

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De proibidas de frequentar escolas a maioria nas universidades, as mulheres seguem quebrando barreiras na educação. Mesmo que ainda tenha muito a ser conquistado, ao longo da história elas já desbravaram e ocuparam espaços que são delas por direito.

Durante muitos anos no País, elas não puderam frequentar a escola, o que mudou somente com o acesso delas ao Ensino Fundamental na década de 1820. O direito de frequentar uma faculdade veio em 1879, sendo que as candidatas solteiras tinham que apresentar licença de seus pais e as casadas eram obrigadas a ter o consentimento por escrito de seus maridos.

A emancipação feminina na educação segue com a permissão para serem professoras. Na época, se observou que a mulher tinha “vocação ao magistério” e, com a necessidade de mão de obra, elas foram ganhando mais espaço.

De conquista a conquista, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), divulgou um levantamento que retrata a virada das mulheres na área da educação. O estudo mostra que, na década de 1990, as mulheres brasileiras ultrapassaram os homens em nível de escolarização. A proporção de pessoas analfabetas era significativamente menor entre as mulheres do que entre os homens em todos os grupos com até 39 anos de idade.

A escolha pela educação

A professora Rosiane Russi da Costa atua no Colégio Diocesano Leão XIII, como coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental anos finais, e na Escola Municipal Eloina Loyola de Camargo Viana, lecionando para crianças do 2.º ano. Ela contou um pouco da sua trajetória na educação e como se tornou professora, mesmo que essa não fosse a profissão sonhada pelo pai.

“Hoje em dia você pergunta ao filho o que ele quer ser. Na minha geração, meu pai que ditava o que eu ia ser e ele queria que os filhos fossem contadores. No segundo ano do colégio, minha tia disse que eu tinha que fazer magistério, eu fiz e depois fiz vestibular para pedagogia. Quando fiz meu primeiro estágio na Escola Camões me apaixonei e decidi que era aquilo que queria para a minha vida. Dali em diante a educação fez parte da minha vida”, relatou Rosiane.

Para ela, as educadoras têm uma responsabilidade muito grande nas mãos, a de acolher e lidar com trajetórias em construção. “A educação não é movida a dinheiro, a gente precisa, claro, mas se fosse movida a dinheiro a gente não teria tantos professores hoje. Sou muito comprometida com a educação, independente de ser particular ou pública, nunca vou para a sala de aula sem ter preparado a aula. E não sou professora de quadro, cada dia coloco as carteiras de uma forma para preparar os alunos a trabalhar e viver em equipe, a gente não vive sozinho, não tem mais como seguir aquele modelo tradicional”, observou Rosiane.

Segundo ela, a mulher tem o poder de equilibrar os papéis de mãe e profissional com dedicação e comprometimento. “O escritor Augusto Cury diz que o homem só abre uma gaveta de cada vez, a mulher abre várias. A mulher foi muito reprimida ao longo do tempo, não podiam falar o que pensavam, no momento que elas fazem o grito de alerta elas podem fazer melhor que o homem qualquer função por conseguirem resolver várias coisas juntas. A mulher corre atrás dos estudos, a gente não consegue se desligar nunca”, disse Rosiane.

Maioria na Educação Básica

De acordo com o Inep, as professoras na Educação Básica somam 78,09%. O número mostra a conquista das mulheres em exercer o direito de aprender e de ensinar, mas também coloca nelas a responsabilidade da formação dos estudantes dessa faixa etária. 

“A mulher professora na educação básica tem uma grande responsabilidade, lidamos com vidas. Nós somos o laboratório, não podemos errar. Temos que fazer sempre o melhor, porque a sociedade é cruel, os estudantes não têm a nossa orientação do portão para fora, mas com a educação temos que ter esse compromisso”, frisou a professora.

Para Rosiane, as mulheres evoluíram e seguem sendo inspiração. “Hoje vejo que a mulher está muito evoluída. Me inspiro muito nas minhas tias que foram professoras, coordenadoras e diretoras, Rosi, Rosana e Roseli, que têm uma visão muito boa da educação”, concluiu.

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