Na quinta-feira, 26, a Folha do Litoral News entrou em contato com a Prefeitura de Paranaguá, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), para esclarecer sobre uma possível “explosão” de casos da Covid-19, conforme matéria divulgada nesta semana, que analisou os boletins epidemiológicos divulgados oficialmente pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), apontando que de 9 a 15 de agosto, o município registrou 60 casos confirmados da Covid-19 e de 16 a 23 de agosto foram 552 novos infectados pela doença. O aumento, que seria de quase 1000%, na verdade foi puxado pelo cadastro de casos retroativos do Coronavírus, ou seja, de pacientes que foram infectados pela doença há meses atrás, mas que tiveram seus registros cadastrados no sistema somente recentemente. O município esclareceu que a situação da pandemia de Covid-19 atual não somente está controlada, como apresentou queda no número de casos e óbitos na última semana.
Em entrevista à TVCI na quinta-feira, 26, no programa Bom Dia Litoral, o prefeito Marcelo Roque explicou sobre a situação da pandemia e a divulgação dos casos retroativos. “São casos antigos que você coloca no sistema, algo que vem acontecendo várias vezes no Paraná. Inclusive, quando você assiste no Jornal Nacional que o Paraná está no vermelho, algo que também já ocorreu no Rio de Janeiro, se explica que são casos retroativos, que estavam colocando em um dia só no boletim de cada estado. Foi o que aconteceu em Paranaguá. Nós não tivemos em agosto esses quase 500 casos em menos de uma semana. Isso não aconteceu”, informa o prefeito.
“Os dados recebidos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) não são publicados logo que notificados. Há um atraso na publicação dos dados porque há conferências a serem feitas e há que se ter uma tolerância de tempo a fim de que possam ser compilados os dados de todos os municípios do Estado. Desta forma, alguns dados são publicados em bloco, sendo parte desses de outras semanas e até mesmo de outros meses. Não é raro ocorrer de serem publicados dados que retiram casos anteriormente publicados, pois se descobre que o município de residência do contaminado não é o mesmo de onde foi realizado o exame. Portanto, os dados publicados pela Sesa são importantes para estatísticas a longo prazo, porém não para avaliação de períodos curtos”, explica a Secretaria Municipal de Comunicação (Secom).
Segundo a pasta, a pandemia não somente está controlada em Paranaguá atualmente, como também com registros de casos diminuindo. “Os números estão em queda, sendo que nesse período de 16 a 23 de agosto foram confirmados 57 casos e três óbitos”, informa o município.
Avanço da vacinação
O atual controle da crise sanitária possui relação também com o avanço contínuo da imunização em Paranaguá, algo que está sendo feito na Estação Ferroviária. “O controle do número de casos está intrinsecamente ligado à vacinação que é, sem dúvidas, o meio mais eficiente de controle da pandemia. Aliada a imunização, as medidas de prevenção insistentemente reforçadas por meio de decretos e outras ações também têm um papel fundamental. O uso de máscara, distanciamento social e higienização em especial das mãos são indispensáveis”, informa a Semsa.
“O que houve nas últimas semanas foi o aumento da reprodução viral no município que pode, a curto prazo, aumentar o número de casos novos devido à exposição das pessoas ao vírus por falta de medidas básicas para evitar a contaminação. Assim a Secretaria Municipal de Saúde tem aumentado as medidas de fiscalização especialmente em estabelecimentos de atendimento noturno, bem como orientado por meio dos veículos de comunicação a respeito dos riscos de flexibilizar as medidas de proteção por conta da diminuição dos casos e das internações por Covid-19”, finaliza o coordenador da Sala de Situação da Semsa de Paranaguá, Gianfrank Julian Tambosetti.
Sesa
A Folha do Litoral News também entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a qual publicou em seus boletins o aumento “repentino” de casos em Paranaguá para abordar a divulgação dos casos da Covid-19 nas últimas semanas, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. O espaço fica aberto para as explicações.
