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Coronavírus

Ômicron desenvolve em crianças sintomas incomuns da Covid-19

Parte do público infantil infectado apresenta irritações na pele

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Foto: Xavier Donat/Creative Commons

Na quinta-feira, 10, o Instituto Butantan divulgou um estudo científico realizado na Inglaterra que apontou o registro de sintomas incomuns da Covid-19 especificamente em crianças, diferentes dos observados na população adulta. Segundo a entidade, médicos britânicos, com o aumento da hospitalização de crianças positivas para o Coronavírus nos últimos meses, perceberam que boa parte delas apresenta, com a variante Ômicron, irritações cutâneas na pele, bem como manchas. Esses sintomas se somam aos já comuns da nova variante, entre eles fadiga, perda de apetite e dor de cabeça, observando na realidade do Brasil diversos quadros agudos de desidratação, diarreia e pneumonia, principalmente no que tange aos menores de dois anos. 

“Sempre tivemos um pequeno grupo de pacientes com Covid-19 que manifestavam irritações cutâneas, mas até 15% das crianças com a ômicron estão tendo uma irritação incomum”, afirma o clínico geral David Lloyd, de Londres, em entrevista concedida à imprensa britânica divulgada pelo Butantan, ressaltando que esta diferenciação é extremamente importante.

Crianças não-vacinadas 

Caroline Peev, médica pediatra que atua no Hospital Infantil Sabará, em São Paulo-SP, afirma que as crianças não-vacinadas contra a Covid-19 e as que possuem menos de dois anos são as que mais chegam com os sintomas em questão para atendimento. “Vemos mais crianças que internam com desidratação, febre persistente e diarreia. Nas crianças com algum acometimento pulmonar, apresentam pneumonia”, relata.

“A infecção pela Covid-19 pode causar mais sintomas nas crianças de maneira geral, segundo levantamento do Intermountain Primary Children´s Hospital, hospital pediátrico nos Estados Unidos. Segundo os especialistas do hospital, os sintomas mais comuns da Covid-19 em crianças são febre, tosse, dificuldade para respirar e problemas gastrointestinais como dor de barriga, náusea, vômito e diarreia”, informa o Butantan

Segundo o instituto, há também outros sintomas da nova variante do Coronavírus onde constam dores de cabeça, dores musculares, perda de paladar e olfato e sintomas de resfriado. “A doença pode ser mais grave em algumas pessoas, enquanto outras não apresentam nenhum sintoma”, alerta.

Sintomas principais da Ômicron

De acordo com o Instituto Butantan, os sintomas mais comuns da Ômicron apresentados pelos infectados são febre, coriza, dor de garganta e dor no corpo, que são diferentes dos atribuídos à versão original da Covid-19, como a perda de paladar e de olfato. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que no surgimento de alguns destes sintomas, o ideal é fazer um teste do tipo RT-PCR ou de antígeno para comprovar o diagnóstico”, informa. “Estudos preliminares dos EUA e do Japão demonstraram que o tempo de incubação (período entre a infecção e o aparecimento dos sintomas) da ômicron no organismo é de três a cinco dias”, completa

Mortes em crianças

“Em janeiro de 2022, o Brasil registrou 2.122 hospitalizações por Covid-19 em crianças de zero a 19 anos, um aumento de três vezes comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 697 internações, segundo boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde. O avanço de casos e de internações nessa faixa etária mostra uma realidade que não pode ser ignorada: as crianças podem ter Covid-19 grave e mesmo irem à óbito pela doença”, alerta o Butantan.

Segundo a entidade científica, desde o início da pandemia, cerca de 1,4 mil crianças do Brasil, com idade entre zero a 11 anos, morreram devido ao Coronavírus. “No total, o Brasil somou 23.277 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 em crianças na mesma faixa etária, uma condição grave que pode levar à morte, segundo dados do Sivep-Gripe e do Ministério da Saúde”, explica.

A vacinação infantil, disponível no País para crianças de 5 a 11 anos, é algo essencial e deve ser feita pelos pais e responsáveis em seus filhos. “A falta de vacinação contra Covid-19 no público infantil tem ainda outras consequências para a saúde desta população, como o maior risco de desenvolver a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), um quadro clínico grave associado a uma resposta inflamatória tardia e exacerbada que, embora seja raro, requer hospitalização e pode levar a óbito”, alerta o Butantan.

Pediatras consideram também “que a menor gravidade da Covid-19 em crianças quando comparada com adultos fez com que, infelizmente, houvesse uma subestimação da sua real carga neste grupo etário”, informa o Butantan. “Aumentar o universo de vacinados oferece além da proteção direta da vacina, possibilidade de redução das taxas de transmissão do vírus e das oportunidades de surgimento de variantes”, finaliza a entidade científica brasileira.

Com informações do Instituto Butantan

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