2024 é um ano bissexto, algo que ocorre a cada quatro anos no Planeta Terra. Apesar de ser algo contínuo, muitas pessoas não entendem o motivo disso ocorrer, que possui relação direta com a astronomia, a mudança correta das estações do ano e ajuste ao calendário gregoriano, que é o seguimos desde 1582. O Observatório Nacional (ON/MCTI), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, explica os motivos científicos para que este ano seja bissexto e a importância que isso ocorra para o dia-a-dia de todos.
Segundo o Observatório Nacional, o ano bissexto é considerado uma peculiaridade astronômica. “Serão, ao todo, 366 dias pelo calendário gregoriano, com o mês de fevereiro tendo 29 dias e não 28. Este fato ocorre a cada quatro anos para ajustar o ano civil ao ano trópico, que é o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa em torno do Sol com 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos”, detalha.
“Se arredondarmos isso para 365 dias e 6 horas, vemos que em quatro anos a diferença é de 24 horas, ou seja, um dia. Se não fizermos esse ajuste a cada quatro anos, as estações vão mudando de mês. Em 120 anos já teríamos uma diferença de um mês. Assim nós teríamos, por exemplo, o verão começando em novembro. A nossa vida civil é mais baseada nas estações do ano do que possa parecer à primeira vista, e isso geraria grandes problemas”, ressalta a astrônoma do Observatório Nacional (ON/MCTI), Dra. Josina Nascimento.
A cientista explica que a diferença da aproximação de 6 horas para 5 horas, 48 minutos e 46 segundos é resolvida fazendo o acerto nos séculos inteiros. “Só é bissexto o século inteiro que for divisível por 400. Assim, 1900 não foi bissexto, 2000 foi bissexto e 2100 não será”, acrescenta.
Calendário atual é usado desde 1582
O ON/MCTI explica que o calendário gregoriano, que usamos até hoje, conta com regras para o ano bissexto e foi instituído em 1582 pelo Papa Gregório 13. Na época, tiveram que ser retirados dez dias para corrigir a defasagem. “Este é o calendário vigente para grande maioria dos países nos dias de hoje. Uma das preocupações da época era que a determinação da data da Páscoa, que está relacionada com o equinócio de março (outono no hemisfério sul e primavera no hemisfério norte), estava se afastando cada vez mais da época em que deveria ser”, detalha.
“A montagem do calendário gregoriano é baseada no movimento da Terra em torno do Sol, o que o caracteriza como um calendário solar. Há também calendários lunares e calendários lunissolares. Em todos eles é necessário algum ajuste se for desejado que os fenômenos relacionados ao movimento do Sol ou da Lua se mantenham relativamente constantes em relação ao calendário. Por exemplo, no calendário judaico, que é lunissolar, há anos com 12 meses e anos com 13 meses”, finaliza o Observatório.
Com informações do Observatório Nacional (ON/MCTI)