Cultuando

Patrimônio Histórico

Através das imagens, que retratavam não somente Cristo em cenas da Sagrada Escritura, mas também a Virgem Maria e os santos homens....

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Arte Pensante

Universo amplo e complexo, permanentemente presente no nosso quotidiano, o Patrimônio histórico é indissociável da realidade sócio econômica, requerendo conhecimento, proteção e valorização.

A Icnografia na Arte

Faltando 62 dias para o Natal, observamos que a iconografia na arte dos objetos e imagens começa a aparecer nas decorações e vitrines das lojas comerciais, então aproveitamos o tema e tomamos a liberdade de reproduzir o excelente estudo do Pe. Antonio conforme segue.

“A visão histórica e a relação da Igreja Católica Apostólica Romana com as imagens de santos, da Virgem Maria e de Cristo, desde os primórdios do cristianismo até a resolução final do Concílio de Trento sobre as imagens. Nos ateremos aqui a uma parte dessa pesquisa, preocupada com a utilização das imagens na transmissão do dogma cristão, pela Igreja Católica do Ocidente. Através das imagens, que retratavam não somente Cristo em cenas da Sagrada Escritura, mas também a Virgem Maria e os santos homens, a Igreja transmitia sua mensagem ao povo simples, que não tinha contato com os textos escritos. Dessa forma, tornava-se mais clara ao conhecimento dos iletrados a doutrina que eles deveriam seguir. No século VII, o Papa Gregório já afirmava que “as pinturas são a leitura daqueles que não conhecem as letras”.

Portanto, a Igreja do Ocidente considera importante a utilização de imagens no dever episcopal de instrução, recomendando, inclusive, através da resolução final do Concílio Ecumênico de Trento (1562), que “deve-se ter e guardar notadamente nas igrejas as imagens de Cristo, da Virgem (…) e dos santos”. Para que se evitasse um retorno à idolatria, as autoridades cristãs fizeram questão de ressaltar a diferença entre a veneração de uma imagem, que remete a fé do cristão ao protótipo que ela representa, e adoração, que é um culto prestado unicamente a Deus. O objetivo aqui é analisar a relação existente entre a Igreja Católica no Ocidente e a produção artística voltada à temas relacionados à transmissão da doutrina cristã ao longo dos séculos. Para isto, é importante conhecer as resoluções finais de alguns Concílios Ecumênicos em que a questão das imagens foi colocada em pauta (II Concílio de Nicéia – 787; e Concílio de Trento – 1562). Será exposto ainda, o estudo de Cláudio Pastro, que faz um longo discurso em sua obra Arte Sacra; o espaço do sagrado hoje, onde ele ressalta a diferença entre a arte religiosa e a arte sacra, a verdadeira arte de culto, que experimentou um grande desenvolvimento no primeiro milênio, e que após o ano 1000, ficou restrita à Igreja Católica do Oriente. Nos primórdios da arte cristã, a origem da devoção às imagens, e isso é um fato curioso, tem suas raízes no plano político.

No Baixo Império, os retratos oficiais dos imperadores reinantes eram considerados verdadeiros substitutivos da presença do soberano. Sua recepção se fazia em meio a solenes procissões. Eram objetos de verdadeiro culto e respeito, dignas de saudações respeitosas que iam até à prosternação, tapeçaria, incenso e velas.”

Pe.Antonio / Continua…

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