Cultuando

Dois artistas duas épocas

Nasceu em Guaraqueçaba (PR), filho de Antonio Lopes da Silva e Albina Calado da Silva. Aos 12 anos muda-se para Paranaguá, onde em 1926 começa a pintar

Rafael Silva (1904-1981)

Nasceu em Guaraqueçaba (PR), filho de Antonio Lopes da Silva e Albina Calado da Silva. Aos 12 anos muda-se para Paranaguá, onde em 1926 começa a pintar.  Levou à tela, em seu primeiro trabalho, o velho Colégio dos Jesuítas de Paranaguá, considerado pelos críticos de arte da época, como sendo uma obra magnífica. Foi adquirida pelo senhor Zenon Leite. Diante do sucesso alcançado, a Prefeitura de Paranaguá, na pessoa do prefeito Dídio Costa, resolveu subvencionar-lhe os estudos com o grande mestre Alfredo Andersen em 1930. Deflagrada a revolução nesse ano, não pôde prosseguir os seus estudos, tendo apenas assistido a dez aulas. Não se deixou acabrunhar, continuando nos seus intentos. A natureza do meio foi a sua grande inspiradora; produziu telas retratando paisagens marinhas. Concorreria ao concurso de pintura sobre a França Livre, na Inglaterra, com o retrato do General De Gaulle, mas não logrou o objetivo porque o quadro fora desclassificado em razão de conter a assinatura do pintor, o que era proibido. Alguns anos depois, a embaixada francesa lhe escreve, pedindo autorização para doar a obra ao presidente da França, com o que concorda. Também um quadro seu (o interior do Convento dos Jesuítas), foi encomendado como presente ao Presidente do Paraguai, General Stroesner, em Assunção.

Rafael recebeu na Câmara de Paranaguá a medalha de ouro “Honra ao Mérito”, pelos relevantes serviços de pintor emérito prestados à cidade de Paranaguá, sendo também reconhecido como Cidadão Honorário de Paranaguá. Os seus quadros proporcionaram-lhe o ingresso na Sociedade Brasileira de Belas Artes e acham-se hoje espalhados por várias localidades do país, fazendo parte dos acervos da Câmara Municipal de Paranaguá, Prefeitura Municipal de Paranaguá, Clube Litterário, Instituto Histórico e Geográfico, além de inúmeras coleções particulares no Brasil e no exterior.

Franz Weissmann

O escultor, pintor e desenhista Franz Weissmann (1911-2005) ganha uma exposição de três andares no Itaú Cultural. Com curadoria de Felipe Scovino, Franz Weissmann: o Vazio como Forma traz um olhar panorâmico sobre a produção do artista, apresentando várias fases de sua criação, e abrange, além de esculturas, 50 desenhos inéditos. Como diz o texto curatorial, a mostra “é um passeio por tamanhos, formas e cores”. O artista sempre se interessou por ter suas criações no espaço público, de modo a expandir a possibilidade de contato das pessoas com a arte e modificar sua relação com a cidade. Nascido na Áustria, Franz Weissmann veio ao Brasil em 1921. De 1939 a 1941, fez cursos de arquitetura, escultura, pintura e desenho na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Já de 1942 a 1944, estudou desenho, escultura, modelagem e fundição com o escultor August Zamoyski (1893-1970). Tornou-se professor na Escola Guignard em 1947.

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