Foi dada a largada. O período de festas natalinas se aproxima e, com ele, o frenesi anual do entra e sai nas lojas em busca de um presente, um mimo, uma lembrança para aqueles a quem estimamos.
Nessa época, empresários, no ramo do comércio, costumam contratar mão de obra extra, a fim de proporcionar um melhor atendimento aos clientes e consumidores.
Pensando sobre a prestação de serviços, lembrei de alguns casos.
Certa vez, entrei em uma loja de calçados e fui impedida de enxergar a vitrine interna. O motivo: havia um paredão de funcionários em frente ao vidro. Conversavam sobre o próximo capítulo da novela, numa enquete animadíssima para saber se a mocinha por fim ficaria com fulano ou com beltrano. Imagine, se com um assunto palpitante desses, alguém estava interessado em saber se eu gostaria de experimentar algum modelo de calçado.
Também já cansei de entrar e sair de lugares em que não perceberam a minha presença, ou seja, não fui atendida. E teve um episódio, em que perguntei se havia uma outra numeração para uma determinada peça de roupa, e a pessoa me respondeu com veemência, antes de me dar as costas: “Tudo que tem, está em exposição”.
Sei que não é fácil lidar com pessoas, cada qual com suas particularidades a serem supridas. Funcionários cansam de ficar em pé, cansam de repetir as frases decoradas para convencer o cliente a levar o produto. Mas isso não deve justificar o pouco caso. A prestação de serviços só sobrevive graças aos clientes. Uma vez que eles fujam em debandada, resta fechar a porta do estabelecimento e dar adeus ao emprego.
Estou falando de algo óbvio, mas até isso, muitas vezes, precisa ser relembrado.
Aleluia! Pois nem só de péssimos registros vive a prestação de serviços. Já fui surpreendida com atendimento de primeira qualidade ao comprar um utensílio doméstico. Já me deparei com excelentes profissionais na área da saúde. E quero destacar aqui um serviço de utilidade pública: a Prefeitura de Curitiba, por meio da Secretaria da Educação, disponibiliza atendimento gratuito para esclarecer dúvidas de língua portuguesa. Uma equipe de professores, altamente qualificados, atende pelo número (41) 3218-2425 sobre quaisquer dificuldades oriundas da nossa língua pátria. Portanto, caso você não saiba ao certo se cabe o acento indicativo de crase nas locuções “à vista” e “a prazo”, consulte o serviço de Telegramática. Assim, evitam-se inadequações que se espalham por inúmeros cartazes nos estabelecimentos comerciais. O uso adequado de nossa língua, seja numa conversa ou num informativo repercute de forma positiva. Ponto para você, comerciante, ao anunciar que determinados produtos têm seu preço “a partir de X valor” e, para essa construção, não usou a crase.
Diante do exposto, percebe-se que a tarefa de conquistar e manter o cliente não requer estratégias mirabolantes. Muitas vezes, a somatória dos pequenos detalhes é que promove a diferença e faz com que o cliente prefira o seu estabelecimento ao do concorrente.