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Especialista fala sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo de útero

Dr. Nelio Valente Costa é formado em Medicina e Residência Médica pela Universidade Federal do Paraná, especialista em Ginecologia e Obstetrícia

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O mês de março marca um período de atenção especial para as mulheres, além de celebrarmos no dia 8, o Dia Internacional da Mulher, o mês é dedicado também à campanha de prevenção e combate ao câncer do colo do útero, o “Março Lilás”.

Neste Momento Saúde Unimed, Dr. Nelio Valente Costa, explica o que é o HPV, e fala sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. Confira:

O que é HPV e como ele influencia o câncer de colo uterino?

Dr. Nelio Costa: O papilo vírus humano é uma “família” de vírus muito numerosa (mais de 100) e prevalente no mundo todo. São conhecidos por números sendo o HPV 16 e o 18 responsáveis por mais de 75% dos casos de câncer genital.

Outros “membros dessa família” podem desenvolver verrugas genitais (condilomas) como o HPV 6 e 11 e uma condição mais rara como papilomatose respiratória; ele então é responsável pelo aparecimento do câncer do colo uterino, vagina e vulva na mulher e no pênis e anus do homem.

Como ele influencia o câncer de colo uterino?

Dr. Nelio Costa: Embora a grande maioria das infecções pelo HPV se cure sozinha e as lesões pré-cancerosas regridem espontaneamente, numa parcela pequena de pessoas infectadas ele vai se estabelecer de forma crônica e depois de certo tempo pode evoluir para um câncer invasivo. 80 a 90% dos portadores de HPV acabam eliminando o vírus através de seu sistema imunológico, mas em alguns casos ele pode penetrar na célula do colo uterino e se integrar ao DNA da mesma. Essa célula infectada passa a produzir então mais vírus que vão repetindo o processo; passam a produzir proteínas altamente oncogênicas (produtoras de tumor) como a proteína E5 e E6.

Também vale salientar que o HPV é necessário, porém não suficiente para o surgimento desse câncer. Isso quer dizer que para surgir é necessário o HPV, porém só ele não produz. É preciso outros fatores como por exemplo o tipo do HPV e o sistema imunológico dessa pessoa.

Como evitar o HPV?

Dr. Nelio Costa: A vacina contra o HPV é uma importantíssima ferramenta contra esse vírus. O SUS fornece gratuitamente a vacina a meninas e meninos entre 9 a 14 anos com esquema de 2 doses.

O uso de preservativos em todas relações, bem como a diminuição do número de parceiros sexuais fazem parte também da estratégia para se evitar essa contaminação.

Estima-se que mais de 80% das mulheres terão HPV em alguma fase da sua vida sexual, por isso é vital a vacinação no início da adolescência antes do início da atividade sexual.

Como prevenir o câncer do colo uterino?

Dr. Nelio Costa:  Claro que evitando a contaminação pelo HPV estaremos evitando o câncer do colo uterino, mas também temos estratégias para o diagnóstico precoce e até mesmo o tratamento de lesões pré-cancerígenas. O exame de citologia oncótica de colo uterino (Papanicolau) é fundamental para a prevenção ou diagnóstico devendo ser associado a colposcopia. O termo preventivo, muito conhecido entre as mulheres, se deve à capacidade de o exame detectar essas lesões iniciais e quando tratadas evitariam então o câncer.

São as neoplasias intra epiteliais cervicais (NIC I, NIC II e NIC III). Cada uma dessas alterações tem uma conduta diferente, desde observação com retornos mais próximos até intervenção com a retirada da parte afetada do colo do útero por pequena cirurgia realizada no próprio consultório, como é o caso da cirurgia de alta frequência (CAF).

A conização, (retirada a bisturi) e também amputação do colo do útero também fazem parte do tratamento.

Como diagnosticar o câncer do colo uterino?

Dr. Nelio Costa: O exame ginecológico pode mostrar já uma lesão grande, exofítica (cresce para fora) sangrante e friável, nos dando o diagnóstico de câncer invasivo. Mas nessa situação a cura já fica mais difícil, então o Papanicolau anual por 3 anos consecutivos e a seguir a cada 2 anos, a colposcopia e biópsia do colo são os métodos diagnósticos.

Existe cura?

Dr. Nelio Costa:  Então, o ideal é que o diagnóstico seja feito na fase inicial como por exemplo NIC II ou NIC III onde o tratamento terá 100% de cura. Mas também no câncer invasivo o tratamento cirúrgico, quimioterápico sempre traz bons resultados. Podem ser usados em conjunto dependendo de cada caso. As chances de cura são de cerca de 95% quando feito em estágios iniciais.

No Brasil, mais de 5 mil mulheres morrem por ano devido esse tipo de câncer que é de fácil prevenção, com exame simples e gratuito. Vacinação, uso de preservativo e Papanicolau estão ao alcance de todas. Basta consultar seu ginecologista regularmente para se prevenir desse mal.

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