Na última semana abordamos sobre a questão da pacificação, da busca pela paz, enfatizando que ela só terá efeito e sentido se começar por nós mesmos. A verdadeira paz deve ser semeada em nosso interior, conforme nos ensina o grande escritor Marshall B. Rosenverg, em sua obra: “Comunicação Não Violenta”.
A sociedade contemporânea enfrenta diversos desafios no campo comportamental e das relações sociais, sendo de grande relevância adentrarmos na aprendizagem oportunizada por Marshall B. Rosenverg, na concepção de que todos temos a violência nata na nossa natureza humana e, aliada ao composto do mundo exterior a que estamos inseridos e diretamente expostos diariamente, o risco se torna ainda maior.
No capítulo 1, com o título “Do fundo do coração – o cerne da comunicação não violenta”, o autor evidencia os fundamentos da comunicação não violenta, dando ênfase para a raiz da compaixão, no sentido que nos faz ter compaixão e ao mesmo tempo perdê-la, quais os seus principais fatores e conectores. Enaltece ainda a questão da conexão entre as pessoas, a nossa condição humana de relações sociais, a comunicação não violenta como uma verdadeira entrega de coração, como uma luz da nossa consciência que irá nos levar a melhores formas de agir numa convergência global inclusive, na importância de sabermos nos expressar e ao mesmo tempo saber ouvirmos.
Em diversas palestras proferidas eu comento que sempre foi muito crescente a oferta de cursos de oratória, sempre muito procurado e acessado, ou seja, todo mundo buscando o aperfeiçoamento para se expressar melhor, falar com mais precisão e qualidade. Agora vivemos uma outra realidade, onde talvez as pessoas necessitem de cursos de “escutatória”, pois o que percebo é que cada vez mais as pessoas não querem ouvir, todo mundo quer falar, se impor, ter razão, sem dar a oportunidade de ouvir o outro. Infelizmente todo mundo tem o desejo de aprender a falar, mas ninguém quer aprender a ouvir, o que de fato é essencial para relações mais fraternas.
Nas palavras do escritor Rubem Alves: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma”.
Quer aprender a ouvir? Se a resposta for “sim” comece libertando-se de todo pensamento de arrogância e vaidade, dando espaço para a nossa capacidade divina de empatia e compaixão.