A sua xícara está cheia? Orai e Vigiai

No nosso último encontro tratamos da importância do monitoramento das nossas vidas, numa analogia com a função administrativa do controle, tão necessária na nossa caminhada e no processo de reflexões das nossas atitudes e ações cotidianas. Durante a semana que passou assisti a um vídeo muito interessante da nossa grandiosa Monja Coen, sempre perfeita nos seus ensinamentos e trabalho missionário. Sua proposta de reflexão mencionava a imagem de uma “xícara cheia” e o que ela representa. Percebam que em uma xícara cheia não é possível adicionar mais nada, ela assim está completa e suficiente em seu conteúdo interno. Retomando nossa conversa a respeito de “monitorar” os nossos passos e assim deixar de agirmos no piloto automático, onde vamos deixando de viver e somente vamos existindo, torna-se muito relevante essa simbologia da xícara cheia com alguns questionamentos a serem feitos a nós mesmos. Até que ponto nos sentimentos suficientes? Estamos dispostos a aprender? Permitimo-nos evoluir? É possível agregar novos sentimentos? Estamos condizentes com a nossa identidade? Em diversas palestras proferidas eu comentei que a vida é pedagógica, configurando-se como uma grandiosa escola, onde sempre temos algo a aprender e melhorar. Não importa a idade, cada ciclo vivenciado dimensiona para recomeços e espaços evolutivos. Desta forma as perguntas apresentadas são indispensáveis em nossa trajetória, e o monitoramento tão enfatizado no texto, nos direciona para essa oportunidade do olhar e da permissão. Recordo-me de um versículo de Mateus que diz: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” Trata-se de um texto bíblico que nos remete ao cuidado, compromisso e proteção. É preciso zelar pelas nossas vidas e nos proteger de tantas armadilhas que encontramos na estrada. Por estarmos distraídos e dispersos, muitas vezes não percebemos o que está acontecendo. A vida vai passando e o cronômetro não retorna.