Semeando Esperança

“Um mundo de irmãos e irmãs”

Certamente, como realistas esperançosos, podemos sonhar, também hoje, como Cidade e como Diocese de Paranaguá, com esse mundo de irmãos e com a proposta da não violência e da cultura da paz, de maneira que ninguém seja “descartável” ou permaneça invisível ao olhar do nosso coração

rejzj 96 1595621595

Jesus Cristo, para que seus discípulos compreendessem que a força da oração não depende do palavreado, ensinou-lhes o Pai-Nosso. Essa oração foi dada a eles e a todas as pessoas que nele acreditassem: “Pai nosso, (…) venha a nós o vosso Reino”. Enquanto a oração foi deixada por Jesus às pessoas que se tornam suas discípulas, isto é, os cristãs, a realidade do Reino de Deus desconhece barreiras sociais e religiosas. Ao apresentar Deus como Pai – “Pai nosso” – Jesus proclamava a fraternidade universal. Por isso, é importante recordar hoje uma colocação de Dom Helder Câmara (Arcebispo de Olinda e Recife, de 1964 a 1985), ao mesmo tempo simples e exigentíssima: “O Reino de Deus é um mundo de irmãos e irmãs”. Essa utopia do Reino deu sentido à sua vida inteira, enraizando a esperança no mais profundo do seu ser. Tal “mundo de irmãos” sustentou a sua convicção de que a vida eclesial deveria ser simples e comprometida com os pobres, e, ao mesmo tempo, de que a sociedade deveria buscar sempre os caminhos da não violência. Esse Reino que Jesus nos ensinou a pedir “venha” é o motivo das três parábolas do Evangelho deste 17.º Domingo do Tempo Comum, tempo propício para que o cotidiano encontre luzes no fermento potente da pregação de Jesus: “O Reino dos Céus é como…” Assim Jesus inicia as três parábolas contidas no Evangelho de Mateus 13,44-52: a do tesouro escondido no campo, a do comprador de pérolas preciosas e a da rede lançada ao mar. Quem encontra o tesouro escondido em um campo, vai, “cheio de alegria, vende todos os seus bens e compra o campo”. O comprador que passa a vida à procura da pérola preciosa, quando a encontra “vende todos os seus bens e compra aquela pérola”. A rede não separa mas recolhe peixes de todo tipo. As duas primeiras parábolas falam do necessário despojamento de tudo para se alcançar o Reino de Deus, o mais importante na vida de uma pessoa, cujo valor é insuperável. A terceira, apresenta o Reino como um dom oferecido a todas as pessoas; a rede não faz distinção entre os peixes que recolhe, sejam eles bons ou ruins.

Assim, uma vez que nossa Cidade completará 372 anos (29/07) e a Diocese de Paranaguá, 58 (21/07), parece necessário lançar algumas perguntas: que Paranaguá queremos? Que tipo de Cidade cada um estamos procurando construir? E, enquanto Diocese de Paranaguá: como a utopia do Reino de Deus pode marcar nossas escolhas, tendo em vista celebrar o jubileu dos 60 anos, em 2022? Certamente não há “receitas prontas” a serem assumidas, mas sim, propostas a serem buscadas para a Cidade e para a Diocese. Em todas elas, porém, a característica principal deveria ser a preocupação com as pessoas, com a possibilidade de vida digna, saudável e feliz para todos, a começar das pessoas sofridas, agora, ainda mais pobres do que antes da pandemia.

Certamente, como realistas esperançosos, podemos sonhar, também hoje, como Cidade e como Diocese de Paranaguá, com esse mundo de irmãos e com a proposta da não violência e da cultura da paz, de maneira que ninguém seja “descartável” ou permaneça invisível ao olhar do nosso coração.

Feliz aniversário, Cidade de Paranaguá!

Feliz aniversário, Diocese de Paranaguá!

“Um mundo de irmãos e irmãs”

Fique bem informado!
Siga a Folha do Litoral News no Google Notícias.