“Tu és pedra”. Acharíamos muito estranho ouvir uma afirmação dessas. Mas, de certa forma, todos somos pedra porque colaboramos (de construção) ou atrapalhamos (que faz tropeçar ou incomodamos como uma “pedra no sapato”). As pessoas e suas obras vão revelando o tipo de pedra que foram ou têm sido.
Em Paranaguá, falando de pedras construções, vemos muitas obras encantadoras. Um passeio pelo centro possibilita observar grandes e importantes edificações, tais como: o antigo Colégio dos Jesuítas que abriga o Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná, o Mercado do Artesanato e o casario da Rua da Praia, a Igreja da Ordem que se tornou o Santuário São Francisco das Chagas, o Teatro Municipal Raquel Costa, o Instituto Estadual de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha, a Casa Elfira Lobo e a Catedral Diocesana Nossa Senhora do Rosário. Saindo do Centro, seguindo em direção à zona portuária, encontramos: a Mesquita de Paranaguá, o prédio da antiga Alfândega e, ponto de chegada para milhares de devotos, o Santuário de Nossa Senhora do Rocio.
Essas construções – e muitas outras cuja brevidade do texto nos impede de enumerar, apesar de seu grande valor – indicam a habilidade de bons líderes e o trabalho de muitos outros. Elas apresentam um pouco da nossa história e de nossa identidade. Vemos hoje a beleza das pedras, isto é, das construções, e apenas intuímos a grandeza dos seus construtores, cujos nomes, infelizmente, caíram no anonimato.
De certa forma, para garantir a recordação tanto das pessoas quanto de suas obras, ainda que não materiais, celebramos nesse Domingo duas lideranças fundamentais para a edificação da Igreja: Pedro e Paulo. Ambos receberam de Jesus uma missão, foram “pedras” nas suas mãos para a “construção” da Igreja” (Mt 16,18; At 22,21). Os dois, unidos pela coroa do martírio, um pela cruz e o outro pela espada, congregaram a única família de Cristo.
Justamente na festividade desses grandes apóstolos, a Igreja Católica comemora o Dia do Papa, hoje, Francisco. Nesse dia, ela reza a Deus pela sua pessoa e pela sua missão, ainda que toda Eucaristia seja celebrada sempre em comunhão com ele, Bispo de Roma, e com o Bispo local. Desse modo reconhecemos sua forte e benéfica liderança à frente da Igreja, para edificá-la: uma pedra de construção. Ele tem proposto a alegria do Evangelho como um estilo de vida para cada cristão e o seu conjunto: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Evangelii Gaudium, 1). Sua liderança, felizmente, não se reduz ao interno das comunidades católicas.
Como é importante recordar, portanto, os nomes daquelas pessoas que foram e são, por sua ação e obras, pedras para construir, ou seja, marcaram e marcam positivamente a história da humanidade com sua ousadia e esperança! Aquelas que tidas por pedras de tropeço, sirvam apenas de exemplos negativos, por ninguém imitados.
