Pilar da balança comercial brasileira, as exportações do agronegócio podem cair em 2020 pelo segundo ano seguido. O menor ritmo de crescimento da economia global, especialmente da China, principal parceiro comercial do Brasil e epicentro da epidemia de Coronavírus, e os efeitos da primeira fase do acordo comercial fechado entre o país asiático e os EUA podem tirar US$ 5,1 bilhões das vendas externas do campo este ano. O cálculo é da consultoria Macro Sector, que projeta exportação do agronegócio de US$ 76 bilhões em 2020, a menor cifra em quatro anos.
Drone na pulverização
A Unioeste lançou o protótipo de um veículo aéreo não tripulado para pulverização agrícola, com maiores autonomia de voo e eficiência de aplicação de agroquímicos. O drone é resultado de uma parceria entre a Unioeste e a Avondale, uma montadora de drones, sediada no município de Braganey.
Crédito rural
O BNDES anunciou o lançamento do programa Crédito Rural que terá R$ 1,5 bilhão para projetos de investimento e aquisição isolada de máquinas e equipamentos. O prazo dessas operações pode chegar a 15 anos e 100% dos itens financiáveis. No financiamento de máquinas e equipamentos, a taxa final será próxima a 9% ao ano (0,72% ao mês), enquanto para projetos será em torno 10% ao ano (0,78% ao mês). Os recursos serão oferecidos em parceria com mais de 30 instituições financeiras.
Melhor janeiro
As exportações de carne de porco do Brasil cresceram 41% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2019. Foram vendidas ao exterior 68,5 mil toneladas ante 48,5 mil toneladas do período anterior. Foi o melhor desempenho para o mês na história das vendas ao exterior do setor. Em valores, a receita das vendas foi de US$ 164,1 milhões, resultado 78,9% maior que saldo registrado em janeiro de 2019, com US$ 91,7 milhões. A China se manteve como principal compradora do Brasil. Destino de 30,6 mil toneladas (45% do total), o país asiático cresceu suas importações em 252% na comparação com o mesmo período do ano passado, com 8,7 mil toneladas.
Países árabes
O Brasil enviou 97,95 mil toneladas de aves no mês passado para os países árabes, representando uma queda de 3,5% em relação a janeiro de 2019, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal. Entre os principais compradores, a Arábia Saudita registrou um declínio anual de 9% nas compras, para 35,15 mil toneladas. Os Emirados Árabes, segundo maior comprador em volume, apresentaram o maior declínio, de 18% em relação ao ano anterior, para 21,1 mil toneladas. No mercado global, a demanda de aves domésticas e processadas no Brasil teve um salto de 15% em relação ao mesmo mês do ano passado. No geral, o Brasil exportou 323,8 mil toneladas. As receitas aumentaram 16,5%, para US$ 529,1 milhões.
Japão e China
China, Japão e UE foram os principais destinos das aves brasileiras no início do ano. A China representou 19,8% do total (62,7 mil toneladas), um aumento de 87% em relação ao ano anterior. O segundo maior mercado, o Japão, comprou 31,9 mil toneladas, aumento de 17% em relação ao ano anterior. As exportações para a UE aumentaram 22%, para 18,1 mil toneladas. "O mercado externo permanece pressionado, o que se traduz em preços mais altos do que há um ano. O mix de produtos embarcados para mercados de maior valor agregado, como Japão, China e União Europeia, também beneficiou o desempenho mensal", comentou Francisco Turra, presidente da ABPA.
As que mais empregam
As micro e pequenas empresas paranaenses encerraram 2019 com um saldo de 46.747 empregos. O número representa 91% do total de novas vagas criadas em todo o estado no ano passado, que foi de 51.194, de acordo com análise do Sebrae, realizada a partir de dados do Caged/Ministério da Economia. O desempenho das micro e pequenas empresas paranaenses foi 18% superior ao registrado em 2018, quando geraram 39.475 postos de trabalho.
Serviços na liderança
O setor de Serviços liderou o número de contratações e encerrou o ano com um saldo de 26.822 vagas. O Comércio ficou em segundo lugar, com 10.874 novos postos de trabalho, seguido pela Construção Civil, com 5.110 empregos, Indústria da Transformação, com 3.962, Serviços Indústrias de Utilidade Pública – que engloba o saneamento básico, energia elétrica -, com 377 novas colocações. Os setores Agropecuário e de Extrativa Mineral encerraram o ano com saldo negativo de 392 e 6 vagas, respectivamente.
Chegou na Grécia
As autoridades gregas confirmaram o primeiro caso de peste suína africana em uma pequena fazenda na província de Serres, perto das fronteiras com a Bulgária e Macedônia do Norte. A exportação de todos os produtos suínos, incluindo carne, alimentos, esperma e óvulos, utensílios e resíduos relacionados vindos da região estão proibidos e nenhum porco vivo pode ser transferido para fora da região. Segundo a Organização Mundial de Saúde Animal, a peste já se espalhou para mais de 50 países. A doença apareceu pela primeira vez nos Balcãs em 2018, com casos relatados pela Hungria, Romênia e Bulgária. Até agora, já se espalhou para a Sérvia e Grécia.
Feijão de Goiás
As lavouras de feijão estão sentindo os impactos da chuva no estado de Goiás e os agricultores calculam uma quebra de safra de 40%. No ano passado, a produção foi de 32 mil toneladas. As fortes chuvas estão atrapalhando a colheita pois os agricultores não conseguem entrar com as máquinas nas lavouras. O volume de chuvas em janeiro foi 58% maior que a média para o mês nos últimos anos. Além disso, por causa da baixa qualidade, a saca de 60 kg de feijão é vendida por R$ 150, metade do valor do mesmo período de 2019.
Argentina
A carne bovina argentina registra novo volume recorde de exportações nos últimos 50 anos, com 845 mil toneladas embarcadas no ano passado. A China foi o principal destino das exportações argentinas, representando 75% do volume enviado ao exterior. Em comparação com 2018, os embarques para a China cresceram 106,5%, com um volume de 426,7 mil toneladas. O valor total das exportações atingiu US$ 3 bilhões, aumento de 58,1% em relação ao ano anterior.
Provável declínio
No entanto, o início de 2020 pode criar alguns problemas para as empresas autorizadas a exportar no mercado chinês. O preço médio da carne bovina naquele mercado caiu 40% em relação a setembro de 2019 e o surto de coronavírus causou problemas de logística portuária, pela ausência de pessoal nos portos que descarregam os contêineres. Além disso, um forte aumento no abate de fêmeas no ano passado (621 mil fêmeas abatidas a mais que 2018) criou um declínio no rebanho de bezerros, que é cerca de 300 mil cabeças abaixo das estimativas iniciais.
Consulta pública
O DER promove nesta quarta-feira, 12, consulta pública – partir das 13h na Câmara de Vereadores – com a apresentação do projeto de implantação do Contorno Norte em Castro. O contorno fará a ligação entre as rodovias PR-151 e PR-090 (Distrito Industrial I e II). A obra de 14 quilômetros está orçada em R$ 60 milhões e será financiada pelo Bird.
Mais milho
Maior importador de milho do Brasil, Santa Catarina quer aumentar o cultivo e a produtividade de suas lavouras. O Estado vai investir R$ 18,6 milhões para apoiar a aquisição de 200 mil sacos de semente de milho. A ação faz parte do Programa Terra Boa da Secretaria da Agricultura deve atender 50 mil produtores rurais. As sementes de milho disponibilizadas pelo programa são de médio a altíssimo valor genético, que geram um rendimento maior por hectare plantado. A intenção é diminuir o déficit do grão em Santa Catarina, trazendo mais competitividade para as agroindústrias instaladas no estado vizinho.
Da Redação ADI-PR Curitiba
Coluna publicada simultaneamente em 20 jornais e portais associados. Saiba mais em www.adipr.com.br.