O futuro da economia do Paraná pede uma nova ferrovia, que ligue o centro-oeste brasileiro ao porto de Paranaguá, para fortalecer e garantir o contínuo desenvolvimento da economia do estado e do país.
A ousadia, a visão futurista e a competência dos irmãos engenheiros Rebouças, responsáveis pela construção de nossa estrada de ferro, inaugurada em 1885, foram a propulsão inicial para o Paraná ser hoje a quarta economia do Brasil.
Já meio obsoleta, carrega nos trilhos alguns turistas e pouco mais de 10 milhões de toneladas/ano de grãos, fertilizantes, produtos industrializados da siderurgia, da construção, combustíveis e etc.
O Porto de Paranaguá tem se modernizado e há projetos de novos portos. Entretanto, a ferrovia é limitada em abrangência e enfrenta grandes gargalos físicos, como na Serra da Esperança (Guarapuava-Ponta Grossa) e na Serra do Mar (Curitiba-Paranaguá). Essa deficiência prejudica o escoamento de Mato Grosso do Sul, Paraguai e do oeste e norte paranaense.
A matriz de transporte, baseada em rodovias, com pouca participação do modal ferroviário, encarece o frete de produtos de baixo valor agregado. Granéis que geram grandes volumes e percorrem longas distâncias teriam menor custo no modal ferroviário.
O trem é a melhor alternativa para reduzir custos e tornar nossos produtos mais competitivos no mercado internacional. Produtores, cooperativas, indústrias, e o governo estadual, tem clara a necessidade de reformatar esse corredor interestadual.
Um novo traçado entre o centro-oeste e o mar potencializaria o desenvolvimento de grandes regiões produtoras de relevância mundial, que ultrapassam fronteiras estaduais e internacionais.
Nos últimos anos o governo federal não deu a devida atenção aos anseios do Paraná e Mato Grosso do Sul. Até abortou iniciativas de empresas dispostas a elaborar estudos de viabilidade.
Um novo eixo ferroviário promoverá a um novo ciclo de desenvolvimento e a proliferação de novos polos econômicos.
Acredito num novo tempo em que os governos federal, estadual e o setor produtivo organizado “plantarão tâmaras”.
O futuro depende de ações do agora.
*Colaboração – Eng.° Ferroviário Murilo Noronha da Luz
Por Juraci Barbosa Sobrinho