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Maçonaria

Satanismo (3)

Já demonstramos o quanto os princípios e valores morais da Maçonaria, vivenciados pelos seus integrantes, são incompatíveis com qualquer vinculação da Instituição com tudo o que se resume na denominação “satanás”

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A MAÇONARIA E A IGREJA

Já demonstramos o quanto os princípios e valores morais da Maçonaria, vivenciados pelos seus integrantes, são incompatíveis com qualquer vinculação da Instituição com tudo o que se resume na denominação “satanás”. Vimos igualmente que quanto maior for a ignorância (que é o estado de quem não está a par da existência ou ocorrência de algo; ou de quem não tem conhecimento, cultura, por falta de estudo, experiência ou prática), maior será o campo para o cultivo de meias-verdades ou inverdades, em favor apenas daqueles que de alguma forma possam se beneficiar do que hoje em dia se denomina “falsas notícias”, ou “fake news”. 

Contudo, sendo uma Ordem muito antiga, a Maçonaria não mais se surpreende com este tipo de ataques, embora sempre mantenha os Maçons justamente indignados com a desfaçatez. Neste sentido, é interessante conhecer a história, ainda que de forma bastante resumida, de Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand Pagès (1854 – 1907), que mencionamos anteriormente. 

Com o pseudônimo de Léo Taxil, este jornalista e escritor francês foi, no final do século XIX, o protagonista de uma fraude que perdurou por anos, tendo entre suas vítimas não só a Maçonaria quanto a Igreja Católica e o próprio Papa Leão XIII. Não obstante a farsa ter sido revelada e esclarecida, em parte por confissão do próprio Taxil, e não obstante seja ele hoje uma figura desconhecida, os danos causados por ele ainda produzem seus efeitos perversos, principalmente sua afirmação de que a maçonaria está associada à adoração a Lúcifer.

Pois bem. “A Fraude de Taxil de 1890, é provavelmente a mais famosa farsa antimaçônica francesa. Seu autor, Léo Taxil, quis vingar-se da Maçonaria, da qual foi expulso em 1882 por um caso de plágio.” Ele “inicialmente chegou a publicar vários livros anticatólicos, que pintaram a hierarquia eclesiástica como hedonista e sádica.” Ingressou na Maçonaria em 1881, “mas não passou do primeiro grau, sendo expulso dez meses depois, em 1882, por estar envolvido em alguns casos de plágio e difamação.”

Dois anos depois, em 1884, o Papa Leão XIII publicou a encíclica Humanum Genus, afirmando que a raça humana foi “separada em duas partes opostas e diversas, das quais uma resolutamente luta pela verdade e a virtude, a outra é daquelas coisas que são contrárias à virtude e à verdade. Uma é o reino de Deus sobre a terra, a saber, a verdadeira Igreja de Jesus Cristo (…) O outro é o reino de Satanás”. Taxil, como ele mesmo confessaria mais tarde, viu nisso “uma grande oportunidade para uma brincadeira onde ridicularizaria a Igreja e se vingaria da Maçonaria por tê-lo expulso.”

Em 1885, anunciou ter-se convertido ao catolicismo romano e a intenção de reparar seu erro contra a “verdadeira fé”. Em seguida, passou a divulgar “uma ordem maçônica satânica (…), cujo objetivo principal seria de dominar o mundo” e a “acusar a Maçonaria de ocultar as piores misérias morais e incentivar seus seguidores ao vício, quando não ao assassinato, em seguida, acusou de ser uma seita satânica que dedica seus cultos a Baphomet” (uma figura simbólica com cabeça de bode). 

Ele “convenceu muitos católicos com a sua farsa – tanto que em 1887 foi recebido (…) pelo Papa Leão XIII, que declarou ser admirador da obra de Taxil, solicitou que ele escrevesse mais livros e passou a financiá-lo”- mesmo tendo sido alertado para a farsa pelo Bispo de Charleston (EUA).

A história é longa e com muitos detalhes que podem ser facilmente pesquisados por quem se interessar, mas o importante aqui é que, em 19 de abril de 1897, após DEZ ANOS recebendo patrocínio do Papa, Taxil chamou a imprensa e publicamente “confessou que suas revelações sobre os maçons eram fictícias; (…) explicou detalhadamente os cuidados que teve para criar e manter a farsa e agradeceu ao clero por sua assistência em dar publicidade às suas alegações selvagens”. 

Em suma, “embora o material produzido por Taxil seja confessamente uma fraude, esse material ainda é utilizado contra maçons até hoje.” Seguiremos na próxima semana analisando aspectos filosóficos em torno da “mentira”.

Com informações de wikipedia.org; dicionário online Oxford Languages.

Responsável: Loja Maçônica Perseverança – Paranaguá – PR ([email protected])

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