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Maçonaria

SALMO 133 – INTERPRETAÇÃO

Em cada Grau Maçônico o Livro da Lei (a Bíblia) é aberto em um determinado trecho da Bíblia, trecho esse que tem afinidade com os ensinamentos filosóficos preconizados pelo Grau da Maçonaria

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Em cada Grau Maçônico o Livro da Lei (a Bíblia) é aberto em um determinado trecho da Bíblia, trecho esse que tem afinidade com os ensinamentos filosóficos preconizados pelo Grau da Maçonaria.

A fórmula de reconhecimento do Maçom como Aprendiz, indica com clareza ser a Fraternidade uma das virtudes fundamentais que o Maçom deve praticar, sobretudo em relação a seus Irmãos. Ademais, a Fraternidade também está presente na trilogia Maçônica Liberdade – Igualdade –Fraternidade, termos usados pelos Maçons durante a Revolução Francesa.

O objeto do estudo, abre-se o Livro da Lei, no caso a Bíblia, no Livro dos Salmos, especificamente naquele que exalta a excelência do amor fraternal.

A palavra Salmo vem do grego psalmós, que significa “cântico acompanhado pelo saltério”, um antigo instrumento de cordas.

Nas Bíblias editadas pelas Sociedades Bíblicas Protestantes, esse Salmo leva o número 133 e o autor da tradução, o Pastor Calvinista João Ferreira de Almeida, o apresenta com o seguinte texto:

 ”Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce à orla de suas vestes.  É como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordena a benção e a vida para sempre”.

 Nas Bíblias editadas pela Igreja Católica (o Novo Testamento), geralmente a tradução do Padre Antonio Pereira de Figueiredo é substituída pela do Padre Leonel Franca e este Salmo recebe o número 132, em razão de terem sido unidos os Salmos 9 e 10, havendo, portanto, a partir daí, um desencontro numérico entre as edições Protestante e Católica, diferença esta que vai até o Salmo 146, que foi dividido em dois distintos Salmos. A versão Católica do Salmo 133 (132) é:

 ”Oh! Como é bom e agradável aos irmãos viverem juntos. Como o óleo perfumado na cabeça, que desce para a barba de Aarão; Que desce para a orla de suas vestiduras. Como o orvalho de Hermon que desce sobre as montanhas de Sião. Ali derrama o Senhor a benção, a vida para todo o sempre”.

 Atribui-se a autoria dos Salmos ao Rei Davi, pai de Salomão. Diz-se que o Rei David além de poeta era músico e cantor, um artista que compôs os Salmos para serem cantados sob o acompanhamento do saltério, um saltério é um livro contendo o Livro dos Salmos, muitas vezes utilizado nas devoções judaica e cristã. Foi criado para ser utilizado nos Mosteiros e Conventos para o Ofício Divino, na recitação das Horas Canônicas

Neste Salmo 133 (132), o autor compara o prazer de se viver em fraterna união com o prazer que o Sumo Sacerdote, (no caso personificado por Aarão, que foi o primeiro) sente quando é consagrado e se lhe derramam sobre a cabeça o óleo perfumado cuja fórmula foi determinada pelo próprio Deus a Moisés (Êxodo 30:22-25: mirra, canela, cálamo, cássia e azeite de oliveira).

Ao mesmo tempo, compara essa consagração do Sumo Sacerdote (com o óleo perfumado que lhe escorre pela barba até à orla de suas vestes) com a bênção de Deus sobre seu povo (com o orvalho descendo abundantemente do Hermon para fecundar as terras).

Sob o ponto de vista místico e religioso, o óleo tem um sentido purificador, a cabeça é associada ao centro vital da existência, a barba é um emblema da honra e as vestes simbolizam a honestidade e o pudor, significando que o Iniciado deverá manter um equilíbrio perfeito em seus pensamentos, ações e atitudes.

A Fraternidade e o Trabalho conduzido em reta conduta, pressuposta na consagração do escolhido como Sumo Sacerdote, proporcionam a bênção de Deus e levam à vida para sempre.

Saul, o primeiro rei dos hebreus, foi sucedido por David, em 1006 a.C., que se destacou por derrotar o gigante Golias, para David a união entre os irmãos deve ser o penhor de prosperidade, de satisfação. O Salmo, que é alusivo à concórdia, nos ensina que é bom, suave, que os irmãos vivam em união, como é agradável sentir a sensação do santo óleo escorrer pela fronte. Tanto o óleo, como o orvalho têm o mesmo sentido: ambos vem do alto, do céu, do Senhor, (o mesmo óleo que ungiu Saul e David) Cair, se entende, como se não houvesse obstáculo, pois a amizade, a fraternidade deve imperar entre todos, sem reservas, barreiras ou sofismas.

Portanto, a Maçonaria se identifica perfeitamente com o Salmo 133 onde profundamente reflete o caminho do homem na Sublime Instituição.

Yassin Taha

Dep.Federal GOB

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