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Maçonaria

Diferença entre Liberdade e (in)tolerância na Maçonaria

Nós, Maçons, refletimos sobre a concepção liberal de liberdade sinalizando que seu individualismo leva a atitudes de intolerância frente às diferenças sociais

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intolerância

Nós, Maçons, refletimos sobre a concepção liberal de liberdade sinalizando que seu individualismo leva a atitudes de intolerância frente às diferenças sociais. Em contraposição, resgatamos o significado ontológico-social da liberdade que supõe a sociabilidade, a alteridade e a equidade.

A ideologia dominante exerce a função de controle social extraeconômico ao influir nas ideias dos Maçons entre si, motivando-os a se comportar de certo modo, valorado positivamente em função das necessidades de reprodução social. A moral se reproduz pelo hábito, pela repetição de normas e comportamentos de valor que moldam o comportamento dos indivíduos singulares na vida cotidiana, constituindo-se num campo favorável de reprodução da ideologia mercantil e da alienação dentro da Maçonaria.

Nesse sentido, para garantir a legitimidade da propriedade privada e a identidade do individualismo possessivo, são reproduzidas determinadas máximas que funcionam como normas de convivência, visando à regulação do comportamento dos indivíduos em sua convivência social. Dentre elas, destaca-se a máxima que afirma que “a sua liberdade termina quando começa a do outro”. Ocultando a realidade ao invocar a proteção da liberdade de todos, ou seja, do “bem comum”, difunde a falsa ideia de que a delimitação do espaço de liberdade de cada um equivale a uma atitude de respeito mútuo.

Enquanto na tolerância a diferença é reconhecida e respeitada, embora não seja compartilhada, na intolerância a identidade do outro é rechaçada justamente por ser diferente. Enquanto a tolerância exige um horizonte de liberdade, uma reciprocidade objetivadora de relações de comum liberdade e igualdade, a intolerância objetiva uma relação assimétrica em que somente um é livre e quer impor a sua identidade ao outro.

A intolerância que se expressa de forma tão límpida na máxima que define a liberdade burguesa revela-se cotidianamente no contexto neoconservador atual. Parte da sociedade finge “tolerar” as escolhas alheias desde que elas se objetivem fora do espaço de convivência pública, desde que não perturbem a ordem social e moral, desde que não demandem um envolvimento com os seus sujeitos. Isso ocorre também em situações que não derivam de escolhas alheias, mas de determinações sociais que não fazem parte do universo daqueles que são intolerantes: “tolera-se” a existência da pobreza desde que os pobres estejam presos, longe do convívio social e dos espaços públicos frequentados pela burguesia.

Portanto, de forma explícita, a Maçonaria indica uma concepção de pluralismo que limita a tolerância ao campo democrático, negando as práticas, ideias e manifestações que produzem o racismo, a xenofobia, o nacionalismo agressivo, o fascismo, o preconceito, a discriminação por motivos diversos, enfim que negam os valores que dão suporte à ética profissional.

Yassin Taha

Dep. Federal GOB

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