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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

O Velho Teatro Paranaguense- parte II

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Sucessão no IHGP

O Teatro Paranaguense, inaugurado em 1840, situava-se na antiga Rua das Mortes, cuja história continuamos a contar. Conforme registrou Francisco Negrão na sua obra “Efemérides Paranaenses”, por volta de 1859, um incidente ocorreu naquele teatro. Naquele ano, ocorria um grande espetáculo, para assistir era necessário possuir um convite, o que significa que apenas alguns membros da sociedade de Paranaguá foram convidados. O inspetor da alfândega, Antônio José Caetano da Silva, entrou no teatro com sua família, sem saber da necessidade do convite. Logo, a Diretoria do teatro intimou o inspetor a se retirar, visto que o mesmo não possuía um convite. Na verdade, o inspetor e sua família haviam sido convidados por um associado. A cena e discussão, entre o inspetor e os diretores, causou um grande tumulto. Relata-se que o inspetor não foi convidado de propósito e vinha sendo atacado pela imprensa da época.

Nos palcos desse antigo teatro foram encenadas as peças “Amor e Honra”, “Pedro”, “O leitor”, “Diana de ironia”, “A escrava de Guadalupe”, “O perdão do ócio e a comédia”, “A Afilhada do Barão” entre outras encenadas naquela época. Em 1865, uma justificada indiferença invadiu o teatro, a guerra do Paraguai, iniciada no ano anterior, trouxe um silêncio aos palcos. Os espetáculos, além de raríssimos, não possuíam o fulgor dos anos anteriores. Apenas, a partir de 1870, o teatro voltou a reviver dias de alegria e de vitalidade. 

O velho teatro marcou o cenário artístico de Paranaguá trazendo alegria e arrancando aplausos. Em 1884, com a inauguração do teatro Santa Celina, o Teatro Paranaguense deixou de ser frequentado. No decorrer do ano de 1887, seu prédio já estava em estado de ruína. Em 15 de novembro de 1889, já havia desaparecido aquele casarão da antiga Rua das Mortes, construído dois anos após à regência de Feijó e que no decurso do segundo Império teve os seus dias de glória e sua posição eminente.

Referências

Acervo do IHGP. Revista O Itiberê, 1925.

Geovanny de Souza

Diretor da Biblioteca – IHGP biênio 2021-2022

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