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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

O SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DO CADEADO, NA SERRA DO MAR

Almir Silvério da Silva – Cidadão Parnanguara

Publicado

em

O Santuário de Nossa Senhora do Cadeado representa uma história marcante no contexto da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, no Caminho de Itupava e da Passagem do Cadeado. 

Até 1770, o Caminho do Itupava só permitia a passagem de homens carregando fardos às costas e quando as coroas portuguesa e espanhola voltaram a separar-se, recomeçaram também os atritos na fronteira entre as colônias do sul.

O Ten. Cel. Afonso Botelho de São Paio e Souza foi
designado para fortificar a costa e ocupar os sertões de Tibagi.

O Cap. Antônio Francisco, de Paranaguá, recebeu a incumbência de recuperar o Caminho do Itupava, mas com a dificuldade de conduzir as tropas militares e o armamento pesado pelas barrancas do Rio Ipiranga, traçou um atalho enfrentando a vertente da montanha.

Com sucessivas explosões de pólvora mandou cavar uma vala curva, lembrando a argola dos antigos cadeados, na grande pedreira a beira do precipício. A obra, além de possibilitar o imediato trânsito das tropas militares e seus canhões, também liberou a passagem para os animais de carga em toda a extensão da estrada.

No segundo cruzamento do Caminho com a ferrovia, foi construído, em madeira, o escritório da Comissão Construtora sobre uma elevação imediatamente abaixo da passagem do Cadeado. De lá, uma vista privilegiada da serra do mar era desfrutada e permitia também o acompanhamento das obras em andamento num vasto trecho. 

No local foi recepcionada a Princesa Izabel, em dezembro de 1884, durante sua viagem ao Paraná e os convidados da viagem inaugural de 02/02/1885.

Também ali desembarcou, em 20/05/1894, a comitiva de sepultamento aos mortos na chacina do Km 65, ápice da Revolução Federalista, onde entre os mortos estava o Barão do Serro Azul. 

Nesta época, o local funcionava como uma Parada de Serviço, com posto de vigia sobre o trecho mais perigoso da serra, e um pluviômetro, um dos locais favoritos do pintor Alfredo Andersen que o eternizou em suas telas.

Na década de 1960, a casa de madeira foi demolida e o Eng. Raphael Semchechem construiu, sobre suas fundações no mirante, a curiosa capela de Nossa Senhora do Cadeado, inaugurada com uma missa em 05/02/1965.

Hoje, para quem se aventura numa caminhada pelo Caminho de Itupava, o Mirante do Cadeado é parada obrigatória, para descansar e desfrutar da paisagem  linda e exuberante da nossa Serra do Mar

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Ref: LEÃO, Ermelino A. de – Dicionário do Paraná – Emp. Gráf. Paranaense – Ctba,1926


Almir Silvério da Silva – um cidadão parnanguara

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