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Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá

Mapas, cartas e plantas: A representação cartográfica da baía de Paranaguá nos séculos XVI e XVII

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No contexto atual, quando queremos visualizar um mapa, a localização de um ponto turístico ou de um país, podemos desfrutar da comodidade de consultarmos as informações na palma das nossas mãos, através do GPS de um celular, ou ainda, através de programas como o Google Earth que utiliza de satélites para produzir imagens tridimensionais do planeta Terra. No entanto, se pararmos pra pensar, há quatro séculos atrás as coisas eram bem diferentes, pois, o processo para se produzir um mapa, além de envolver bastante estudo e técnica, envolvia também dificuldades para a execução e coleta de informações. Cada cartógrafo delineava linhas, cores e escalas que tornava cada planta, carta e mapa, particulares aos olhos do observador.

 Foi por mar, através da costa, que o viajante Hans Staden fez uma das primeiras representações da entrada da baía de Paranaguá. Por volta de 1557, Hans Staden e sua tripulação encontraram em Suprawa (Superagui) um porto desconhecido, onde conseguiram se abrigar de uma turbulenta tempestade. Durante o século XVII, outros cartógrafos como Guiljelmo Blaeuw (1617); Henricus Hondius (1630) e Joanes Jansonius (1647), também retrataram a reentrância da baía. Deve-se citar ainda, as cartas de João Teixeira Albernaz II (1640). No entanto, uma das representações mais detalhadas deste contexto, trata-se da planta da Baía de Paranaguá, de 1653, executada por Pedro de Souza Pereira. Como afirma Moysés Marcondes, que reproduziu a planta na sua obra Documentos Interessantes para a História do Paraná, a planta indica a localização das minas de Paranaguá, os rios e as incipientes povoações. 

Na planta, há também a indicação da primeira povoação na Ilha da Cotinga e o porto da vila, delimitado com o desenho de um navio veleiro. Trata-se de um importante documento histórico que salta aos olhos pela beleza dos desenhos, sobretudo, pelas intenções e motivos de sua execução. Analisá-la é uma verdadeira viagem no tempo, nos traçados e nas cores que representam os rios, as ilhas e recôncavos da baía de Paranaguá.

Priscila Onório Figueira

Historiadora/ Membro da Diretoria IHGP biênio 2019-2020

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