Prof.ª Lúcia Helena Freitas da Rocha
A história nos ensina que o mar tem relevante papel na determinação do sucesso ou fracasso das civilizações. Geralmente, aquelas que, a seu tempo, melhor o utilizaram para o comércio e para a defesa foram as que lograram maior desenvolvimento relativo, sobrepujando as demais.
Para o Brasil, país totalmente dependente do mar, seja para realizar a maior parte de suas trocas comerciais com o mundo, seja para atender às suas necessidades energéticas ou ainda para a obtenção de alimentos, essas lições da história adquirem um significado concreto e essencial. Mesmo sem a pretensão de conquistas e domínio, temos de ser capazes, geração a geração, de garantir nossos interesses nos oceanos, permitindo a plena exploração de todas as possibilidades de uso que eles nos oferecem. Só sendo fortes sobre os mares seremos capazes de defender esses interesses.
Com este pensamento, a nação hoje reverencia o elo mais importante na construção da sua maritimidade. Aquele que, ao exercer um dos mais desafiantes e nobres ofícios existentes, dedica-se inteiramente ao serviço da Pátria e não poupa sacrifícios para cumprir sua missão.
Hoje, reverenciar os marinheiros é render um preito de gratidão a todos os homens e mulheres que servem na Marinha! Brasileiros altivos do uniforme que envergam, que cultuam valores e princípios, que desenvolvem seu trabalho de maneira discreta e quase sempre anônima e que se orgulham de sua opção profissional e de todo o simbolismo que ela encerra.
Não por acaso, o dia 13 de Dezembro foi escolhido para distinguir aqueles que fazem do mar sua profissão, sendo uma justa homenagem ao natalício do Almirante Joaquim Marques Lisboa.
Hoje, reverenciar os marinheiros é exaltar o Marquês de Tamandaré!
Homem simples, justo, leal e honesto, que, após mais de 66 anos de serviço ativo na Marinha, grande parte deles efetivamente embarcado, se considerava, no fim da vida, como ele mesmo deixou gravado em seu testamento, apenas um “velho marinheiro
Tamanho desprendimento nos leva, irremediavelmente, à reflexão sobre a importância de seu legado. Tendo vivido um período importante na formação do País, com a ocorrência de movimentos separatistas que visavam fracionar nosso território, seu reconhecimento como Herói da Pátria foi construído não somente pela sua capacidade de suplantar o inimigo ou de debelar revoltas, mas também por sua habilidade em construir consenso e unidade, com rara visão de País.
Hoje, reverenciar os marinheiros é exaltar o mar! A fronteira do século XXI é um incomensurável patrimônio cuja exploração exige cuidados, em especial com a preservação ambiental. Por outro lado, ao ser um espaço de difícil ordenamento, a defesa da soberania e as chamadas novas ameaças seguirão demandando forte presença da Marinha para seu controle, exigindo meios navais e sistemas de vigilância modernos e eficazes.
Por fim, hoje, reverenciar os marinheiros é exaltar a Marinha do Brasil! A esteira de nossa navegação reflete muito mais do que uma extensa lista de fatos heroicos, reflete o perene comprometimento institucional com os interesses nacionais.