Fabiano Montez

Os ventos da oportunidade

Se tem uma palavra que eu gosto é OPORTUNIDADE. E quando fui buscar sua origem, passei a gostar ainda mais: ela vem do latim opportunitas, união do prefixo ob- “em ...

Se tem uma palavra que eu gosto é OPORTUNIDADE. E quando fui buscar sua origem, passei a gostar ainda mais: ela vem do latim opportunitas, união do prefixo ob- “em direção a” e da palavra portus, “porto de mar”, uma palavra muito utilizada antigamente na navegação, onde era observado se o vento estava “oportuno” ou “inoportuno” para a intenção da navegação, ou seja, se a tripulação deveria ir em direção ao porto naquele momento ou não.

Repare que era observado se o vento era oportuno ou não para determinada ação. Aí está o detalhe que faz toda da diferença: havia claramente uma intenção. Como disse Sêneca, “não existe vento favorável para quem não sabe o porto aonde quer chegar”. 

Todo negócio, empreendimento, estudo, profissão, carreira, até mesmo um lazer e a própria vida, terão muito mais significado quando preparados de acordo com os ventos da oportunidade.

Para quem trabalha no comércio, por exemplo, os meses de novembro e dezembro são responsáveis por 30, 40% de sua venda anual. Mas esse faturamento é uma regra e vai acontecer para  todos esses profissionais? Não! Vai acontecer para aqueles que, no início do ano já sabiam para onde estavam indo, tinham uma intenção, um objetivo, sabiam em qual porto iriam aportar. E durante o percurso estudaram, se prepararam, treinaram, capacitaram a equipe, enfim, estavam prontos para os ventos favoráveis.

Estabelecer um ponto de partida e um ponto de chegada, ou seja, saber onde está e aonde quer chegar, nos faz pensar em todos os detalhes e estratégias fundamentais que precisaremos dominar durante o percurso.

Iniciar um novo ciclo, como numa navegação, sem qualquer referência de onde se está, e a partir daí traçar um planejamento de como e aonde se quer chegar, é o mesmo que deixar a embarcação a deriva e começar a perceber a importância da preparação, pensando no objetivo quando os recursos começam a se esgotar. Dessa maneira, deixamos de pensar estrategicamente e passamos a pensar desesperadamente. É o mesmo que deixar para cavar um poço quando já se está com sede.

Claro que uma pequena cautela é melhor que um grande remorso, e muitas vezes temos que diminuir o ritmo e dar tempo ao tempo. Mas o importante é ter claramente definidos a intenção, o objetivo e seguir em frente, mesmo que seja mais devagar. Pense nisso!

Desejo dias abençoados, e vamos juntos!

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