Um tema pouco discutido, mas muito perceptível nas salas de aula da educação infantil e séries iniciais da educação básica (1.º ao 5.º ano): a atuação de professores homens.
Essa característica pode ser observada ainda na formação do pedagogo. Segundo pesquisas realizadas pelo INEP – Ministério da Educação (2015), 70,6% dos alunos ingressantes em cursos de licenciatura são do sexo feminino e apenas 29,4% masculino.
É evidente a prevalência da atuação feminina no exercício do magistério. Isso, talvez, seja de responsabilidade ao seu papel biológico, o qual estreita os laços maternais à figura de proteção e afeto, também necessários nas relações entre professores e alunos. Contudo, a sociedade vem construindo padrões de masculinidade ou feminilidade para certas profissões, sustentando a ideia de que professores homens não podem ocupar o ofício docente em salas de crianças pequenas.
A presença masculina na educação das crianças é de aproximadamente 6% em nosso país. A pouca presença de professores homens nos primeiros anos de escolarização recebe motivações múltiplas, e às vezes, até polêmicas.
Devemos superar este paradigma, ou preconceito, pois não existem aptidões centralizadas no gênero para atuar na docência.
Reitero uma frase já usada em meus textos anteriores: “para ser professor não basta gostar da profissão, ter o ‘dom’ de lecionar. Isso é muito simplório para uma profissão tão complexa”.
Tornar-se professor requer comprometimento, responsabilidade com o fazer pedagógico e com o desenvolvimento dos alunos e, esses atributos não estão, de forma alguma, relacionados ao gênero do professor.