Ensinar ou cumprir as páginas dos livros e apostilas?

"Para isso existem as escolas: não para ensinar as respostas, mas para ensinar as perguntas. As respostas nos permitem andar sobre a terra firme. Mas somente as perguntas nos permitem entrar pelo mar desconhecido”.

Rubem Alves

Fiquei pensando por muito tempo qual deveria ser o tema para dar início a escrita deste ano. E, como a coluna Educação e Ciência discorre sobre assuntos práticos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem escolar, resolvi falar sobre o protagonista desta história, o professor. 

 A melhora na educação brasileira depende de muitos fatores, mas a valorização do professor ainda é a mais urgente.   

Valorizar é reconhecer a profissão como uma atividade de importância imensurável para a formação de um País, de bons cidadãos. E não é exagero de quem é da área. Ensinar não é tarefa fácil, acredite!

Promover a conexão entre o conhecimento pré-existente e as possibilidades de desenvolvimento individual em uma turma com dezenas de pensamentos e experiências de vida distintas, é tarefa árdua.

O professor atribui sentido as informações, aperfeiçoa as competências e auxilia a transformação do conhecimento em capacidade criativa de ação. 

Para isso, os professores atuam na busca de novos desafios, novas metodologias, novas estratégias de atuação.

E, aí encontramos mais obstáculos. É possível sermos criativos e permitir a individualidade de cada aluno, tendo que, diariamente, cumprir páginas e mais páginas de um livro ou apostila?

Poderia deixar a pergunta sem uma resposta, para que os leitores tirassem suas próprias conclusões. No entanto, ela não é uma pergunta retórica. Sim! Eu acredito que nós, professores, podemos aliar a criatividade e a eficiência, aprimorada pelo conhecimento que temos na área, para fazer a diferença na vida dos nossos alunos.

Não devemos nos subjugar a uma aprendizagem mecanizada, a uma simples reprodução de informações.

A escola não é apenas um aglomerado de pessoas que se relacionam em busca de um objetivo comum, ou uma estrutura física capaz de receber indivíduos e saberes diferentes. Mas, uma instituição pautada em vieses históricos e sociais que transforma a informação em conhecimentos dinâmicos e eficazes.