“Nosso sistema de ensino nos prepara muito mais para ‘produzir e consumir’ do que para ‘criar e inovar’ ”. Essa frase do livro Mind Sets me chamou muita atenção, pois é verdade que muitos de nós nunca percebemos nossa plena capacidade criativa, a não ser quando nos deparamos com uma real necessidade de mudança e adaptação, como a qual estamos vivenciando.
A criatividade é uma capacidade que transcende o talento. Em razão das suas bases estarem sustentadas sob as habilidades cognitivas e em desenvolvimento às manifestações do contexto. Pois, como afirma o provérbio: “a necessidade é mãe da invenção”.
Não precisamos nos comparar a Da Vinci ou Mark Zuckerberg para reconhecer nossa capacidade de pensar possibilidades. Ideias criativas e engenhosas acontecem com muitos, a todo momento. O que realmente nos diferencia dos grandes criadores de produtos e ideias inovadoras é a capacidade de sair do mundo das ideias e colocá-las em ação.
Contudo, de forma a concordar com a frase inicial do texto, sutilmente, à medida que crescemos, nossa criatividade tende a ser reprimida. Isso porque a sociedade nos impõe a determinados ‘cargos’ e ‘papeis’ que devem ser cumpridos com equivalência ao seu surgimento.
Os estudos em relação as bases neurocientíficas da criatividade têm aumentado em grande escala nos últimos anos, justamente para que a educação possa compreender a base do comportamento criativo e proceder com a importante interface entre ciência e educação.
Estudos da Universidade de Harvard mostraram, através da análise cerebral, que pessoas criativas em atividades cotidianas, como o uso de objetos de forma diferente do convencional, a capacidade de criar histórias convincentes e equilibrar o orçamento com alternativas de ganhos e gastos, demonstram um padrão diferente em suas conexões cerebrais.
Em ressonância magnética, a iluminação cerebral mostra que ações criativas provocam uma descarga emocional intensa na região frontal (responsável por: pensamentos abstratos, raciocínio lógico, tomada de decisão, etc.), causando sensações de prazer ou frustração, ansiedade ou serenidade diante do momento de avaliação da ideia idealizada (VIGOUROUX, 1999).
Momentos de incertezas, como os quais o mundo vem passando, resultará em muitos novos empreendimentos. Transformará nossos comportamentos em possibilidades de idealizar, coordenar e realizar projetos e serviços. Apesar de ser um momento ruim, o qual não desejamos passar, é um momento propício para proceder com inovação.
Mas, estudos confirmam que o medo tende a paralisar a criatividade e privar as oportunidades inovadoras. Portanto, reúna motivação interna, confie em suas habilidades cognitivas e talentos especiais, adquira conhecimento e empreenda.