Cidadania e Segurança
Até onde deve ir a liberdade dada aos nossos filhos?
O primeiro passo é o diálogo
![Coluna Francischini](https://folhadolitoral.com.br/wp-content/uploads/2021/07/d93zei79_1625606954.jpg)
Os pedófilos geralmente têm uma grande facilidade em convencer e alcançar os pontos frágeis de suas vítimas, utilizando da inocência das mesmas ao seu favor.
Quando viramos pai pela primeira vez, é normal conversar com quem tem mais experiência, pesquisar e aprender algumas “manhas” de como exercer a “profissão”, não é?
Brincadeiras à parte, a função de um pai é mesmo essencial e, nada mais justo do que dedicar toda a atenção possível para ser o melhor para o seu filho. Alguns pais escolhem o jeito mais duro e sério; outros são aqueles babões que não deixam desgrudar, ou tem aqueles que viram amigos, saem juntos e acompanham até nas baladas.
Independente do pai ou mãe que você seja, o assunto que vamos falar hoje é de extrema importância para você que ama, zela e cuida da vida do seu filho, principalmente com tantos monstros que vemos diariamente por aí.
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Essa semana foi preso um homem acusado de cometer abuso sexual contra, pelo menos, 70 menores de idade. Depois de cometer os atos, o criminoso tirava fotos e enviava em grupos das famílias.
E sabe como ele tinha acesso aos jovens? Pelas redes sociais. O criminoso fingia ser uma menina adolescente para conversar com os rapazes, marcar encontros e pedir fotos sensuais.
A história desse monstro é apenas a ponta de um problema ainda maior que vem assombrando o país, principalmente durante a pandemia.
As denúncias de pedofilia sofreram um aumento expressivo desde que tudo isso começou. Entre 2013 a 2018, a Polícia Federal prendeu pouco mais de 500 pedófilos e, apenas em 2020, foram feitas mais de 80 operações com 32 presos.
A situação é gravíssima e não é de hoje, já alertava nossa ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, no início do ano passado, quando declarou que havia “um risco da legalização da pedofilia no Brasil”, já apresentando uma agenda de combate a esse tipo de crime.
Vale lembrar também sobre a “demora” nos ajustes necessários no Código Penal Brasileiro, que ainda não possui um dispositivo específico para pedofilia.
Dias atrás, o Ministério da Justiça e Segurança Pública realizou a maior operação da história no combate à pedofilia, atuando em mais de mil municípios, simultaneamente, em todo o Brasil. A ação inédita prendeu 1200 envolvidos em crimes de violência de contra menores e emitiu 1490 medidas protetivas.
Lembra quando falei sobre o criminoso preso essa semana e a forma como ele utilizava as redes sociais para escolher suas vítimas?
Com toda a evolução tecnológica, os smartphones e suas redes sociais, o nosso papel como pai ou mãe é estar sempre alerta. Mesmo com todas as operações feitas pelas forças de segurança é preciso acompanhar o uso e acesso dos nossos filhos à internet. É claro que pode existir uma relação de confiança, mas é necessário que haja discernimento e bom senso, principalmente se for uma criança que ainda não tem pudor e experiência para saber o que realmente está certo ou o que é real.
Os pedófilos geralmente têm uma grande facilidade em convencer e alcançar os pontos frágeis de suas vítimas, utilizando da inocência das mesmas ao seu favor.
O olhar atento dos pais, avós e pessoas mais próximas pode evitar grandes tragédias e traumas para a família e a criança. O primeiro passo é o diálogo, aquela conversa importante que não pode ser adiada e que trará à compreensão o perigo que ronda as redes sociais.
O segundo passo é o controle do conteúdo, a supervisão daquilo que os nossos filhos acessam no mundo virtual, e o acompanhamento das interações. Precisamos conhecer as pessoas com quem eles conversam, saber quem são.
Esses cuidados, apesar de parecerem pequenos, são importantíssimos quando o assunto é a proteção das crianças e adolescentes, que deve ser prioridade absoluta.
Se nós, adultos e experientes na vida, estamos sujeitos a cair em emboscadas cibernéticas, imaginem uma criança vulnerável, indefesa, ingênua, sem malícia.
Redobre a sua atenção!
Sejamos todos intolerantes com este grave crime.