Por Alexandre Camargo de Sant’Ana
No início de maio, o Rio Branco recebeu um time misto de Curitiba. Mesmo abaixo de um sol intenso, o Campo Grande lotou, “apresentando um aspecto de cidade grande, onde o Foot Ball é apreciado por todos, desde criança até os velhos”. Os donos da casa venceram – dois a zero – e tanto o goleiro Pedro, quanto o meia-esquerda Cordines foram elogiados pelo jornal, sendo este último chamado de “menino de prata”. O time de Curitiba permaneceu na cidade e enfrentou o Paranaguá no fim da tarde de domingo, empatando em dois a dois. Houve o convite ao Brazil para uma partida na segunda, mas os “players” locais não podiam aceitar, pois estariam trabalhando – eram jogadores profissionais, todavia dependiam de um emprego formal que não podiam trocar pelo futebol.
Apesar das evidentes dificuldades, o futebol parnanguara continuou crescendo e outros times surgiram durante 1914: Santa Cruz Foot-Ball Club, formado por padeiros; Elite Foot-Ball Club; 11 de Junho Foot Ball Club; time da Associação Athletica Paranaguense; time dos Alfaiates; o Collegial Foot Ball; High-Life; Guaguá; Piroly; o time da Escola de Aprendizes Marinheiros, chamado Club Almirante Barroso; o Riachuelo; o Paulistano; o Internacional; entre outros.
O lugar dos jogos também mudou e a Pires Pardinho perdeu sua exclusividade, pois as equipes começaram a possuir seus próprios campos, como no Porto Dom Pedro II, no Rocio, na Estradinha (mencionam dois), na Praça João Gualberto e no Boulevard Serzedello (em 1914 o Paranaguá Foot Ball Club clube pediu auxílio à Câmara para construir uma arquibancada neste campo, entretanto, apesar do reconhecimento da importância da associação para a sociedade, devido à crise econômica o pedido foi negado). Aquela união inicial dava espaço a divisões e ao aumento das rivalidades.
