O Rio Branco passou por mudanças em seus dois primeiros meses de vida e era necessário organizar o clube para 1914. Na manhã de 14 de dezembro, domingo, seus sócios se reuniram na Rua Marechal Deodoro (n.º 59) e elegeram uma diretoria definitiva. Marcada para começar às 11 horas da manhã, a reunião contou com a presença até de outros clubes. Com muita animação os sócios elegeram e empossaram a primeira diretoria oficial: presidente, Itaborahy de Macedo, e vice, José Colombino – ambos da segunda formação do time – assim como o orador, Raul da Costa Pinto, e Cezario Corriel, 2.° dito; do primeiro time, Nagib Balech como 2.° secretário e Mathias Lourenço como capitão; José de Oliveira permaneceu o tesoureiro; e completando o quadro, Antonio Roza, 1.° secretário, Angelo Perusin, 1.° tesoureiro e Lucilio F. do Nascimento como “Guarda Sport”.
A primeira eleição do Rio Branco terminou em festa, com cerveja e charutos cubanos animando ainda mais a ocasião: “foi offerecido um agradável glass full of beer and a cigar Havanah aos convidados”. Discursos e homenagens evidenciam a importância do evento. “No tilintar dos copos”, o orador Raul Pinto desejou ao Rio Branco “o mais amplo incremento sportivo”. Em seguida, representando os Clubs “Paranaguá” e o “Internacional”, “pronunciou algumas palavras cheias de atavios, o Sr. Elysio Pereira Filho”. Joaquim C. de Carvalho, capitão do “Brazil Foot-Ball Club”, participou como representante da equipe. Não há menção de mulheres no evento.
Do time original, formado na criação do clube, aparentemente permaneceram apenas Mathias e Nagib, ambos fazendo parte da diretoria. O Rio Branco continuou passando por transformações, mas cresceu rapidamente dentro do futebol parnanguara – a ponto de ser considerado o campeão da cidade ao final de 1914.
Por Alexandre Camargo de Sant’Ana