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Centro de Letras

Desaparecimento da Praça

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Após muita negociação e com intensas festividades, os restos mortais de Júlia da Costa chegaram à cidade em outubro de 1948 e foram enterrados na Praça Fernando Amaro. Mesmo com toda a comemoração em sua chegada, menos de um ano depois, os restos mortais da poetisa estariam abandonados: o local não possuía identificação, flores, cerca e muito menos algum tipo de monumento. Engraçado pensar que mesmo com a colocação de um enorme Obelisco – e após o sumiço da placa, é necessário lembrar – os restos mortais de Júlia acabaram caindo novamente no esquecimento. Seriam redescobertos apenas em 2009 porque um temporal derrubou o obelisco e expôs a urna. Mesmo assim, devido uma placa que veio junto com os restos mortais, ainda deduziram equivocamente que o translado ocorrera em 1924.

Durante o final da década de 40, o porto continuou crescendo e se desenvolvendo muito mais do que a cidade. Além de lento, o desenvolvimento de Paranaguá era desigual, pois a economia portuária – assim como no tempo do Império – manteve uma elite no topo da sociedade. A cidade passava por carestias básicas, principalmente falta de energia elétrica: havia a velha e sempre defeituosa usina a diesel no Campo Grande, a hidrelétrica na Serra do Prata e outra usina a diesel no Porto, mas esta era praticamente exclusividade das atividades portuárias, que não podiam parar.

A Praça João Gualberto ficou cada vez mais no centro da cidade, sendo bastante importante e movimentada. Em 1950, dali saíram dois ônibus de atletas para um evento em Pontal do Paraná (que ainda nem era cidade). Apesar de sua importância social, os espaços públicos acabariam ocupados por novos prédios e a antiga e gigantesca praça desapareceria no meio do crescimento urbano.  

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana

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