Apesar de nascer pobre aparentemente, Fernando Amaro cresceu na família de Antonio Pereira da Costa, acompanhando os negócios desde cedo, inclusive em viagens marítimas ao Rio de Janeiro. Parece ter sido tratado como um deles, e por isso Leocádia o considerava seu irmão. Mas, se Fernando possuía estes parentes tão ricos e importantes, como pode ter morrido sozinho e pobre em Morretes? A falta de documentos nos impede de compreender este hiato na história do primeiro poeta do Paraná. Porém, por outro lado, permite-nos especular. Talvez ele tenha sido preparado para cuidar, ou pelo menos ajudar a cuidar, dos negócios da família, afinal, eram comerciantes, donos de navios, etc. Por outro lado, integrando a elite também possuía acesso à cultura erudita e pode ser que isso tenha lhe influenciado a escrever seus poemas. Sua tendência à arte, à poesia, sua “cabeça nas nuvens”, e a falta de interesse em dinheiro, no material, talvez não tenham agradado aos homens da família Pereira, que obviamente esperavam uma postura mais responsável e dedicada de Fernando Amaro após tanto preparo. Como vimos, em 1850, com 17, 19 anos, ele acompanhou Antonio em uma viagem ao Rio de Janeiro, mostrando que ainda possuía uma boa relação com seu tutor. Todavia, sete anos depois morreria sozinho e pobre. Neste meio tempo foi reconhecido como poeta, tornando-se importante principalmente após a emancipação do Paraná em 1853,com a criação do primeiro jornal da Província e a publicação de suas poesias. Havia a promessa da impressão do livro com toda sua obra. É possível que tudo isso tenha acontecido sem a aprovação de Antonio, o que explicaria o abandono dele pela família Pereira. Entretanto, o amor fraternal da menina Leocádia permaneceu até sua morte em 1907.
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