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Ciência e Saúde

Uso de remédios para emagrecimento sem orientação médica é um risco à saúde

Além de medicamentos, suplementos exigem orientação médica, assim como é necessária avaliação médica para ingressar na academia (Foto: Divulgação)

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Médico João Felipe Zattar Aurichio explica importância da avaliação física e de orientação médica para uso de suplementos

A comercialização de remédios para emagrecimento nas redes sociais e de forma presencial e a venda de suplemento para academia, sem nenhum tipo de orientação médica, podem se tornar um "veneno" para o metabolismo e para a saúde de quem ingere estes tipos de produtos. O médico João Felipe Zattar Aurichio explica a importância do acompanhamento clínico, quando o uso de medicação para emagrecer é indicado, bem como necessidade obrigatória da avaliação médica para posterior utilização de suplementos e prática de atividades físicas.

Segundo o médico Aurichio, a automedicação, seja ela para remédios para emagrecimento ou de qualquer outro tipo, é uma prática danosa para a saúde das pessoas. "Muitos medicamentos possuem efeitos colaterais e a barreira entre ele ser um veneno e trazer um benefício, às vezes, é muito pequena. Aqueles famosos remédios para gripe, comprados sem prescrição médica, podem ter em sua fórmula substâncias que aumentam a pressão arterial e a frequência cardíaca, como a fenilefrina. Imagine agora, um hipertenso ou cardiopata tomando esse medicamento. Além disso, essas substâncias interagem umas com as outras, o que pode tirar o efeito de muitas medicações contínuas utilizadas", explica.

De acordo com ele, há casos específicos para uso de remédio para emagrecer. "O tratamento clínico com medicamentos para o emagrecimento deve ser analisado após uma consulta minuciosa e, na maioria da vezes, após a realização de uma bateria de exames. Seu médico deve determinar se a sua obesidade não se deve a uma causa secundária, como, por exemplo, alterações hormonais, problemas renais, dentre outros. Após isso, deve-se tentar inicialmente uma mudança comportamental da alimentações aliada à prática de atividades físicas", destaca.

Segundo o médico, após todas estas tentativas, deve se cogitar usar ou não o medicamento. "Atualmente, há uma indicação teórica de que alguns perfis de pacientes que possuem IMC (Índice de Massa Corpórea) acima de 40 ou IMC acima de 35 com algumas comorbidades, como hipertensão, diabetes, osteoartrose, colesterol aumentado, podem se submeter ao tratamento cirúrgico, que seria a cirurgia bariátrica", afirma Aurichio.

"Muitos medicamentos possuem efeitos colaterais e a barreira entre ele ser um veneno e trazer um benefício, às vezes, é muito pequena", afirma o médico João Felipe

O comércio ilícito deste tipo de medicação nas redes sociais, Internet e de forma presencial pode ser denunciado às autoridades. "Você pode denunciar para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no endereço: portal.anvisa.gov.br e pelo telefone  0800 642 9782. Ou até mesmo, você pode entrar em contato com seu médico de confiança ou farmacêutico e relatar essa prática", complementa o profissional.

SUPLEMENTOS E ATIVIDADE FÍSICA

Outra prática bem comum atualmente é a compra e uso de suplementos para musculação e academia, seja para ganho de massa muscular ou emagrecimento, algo que, segundo Aurichio, deve ser feito somente após orientação médica. "Essas substâncias são medicamentos também, porém classificados na classe suplementar. Ou seja, eles podem trazer efeitos danosos para quem os utiliza de forma indevida. Muitos deles, por exemplo, podem possuir concentrações em excesso de proteína e fazer sobrecarga dos rins. Além do mais, muitos termogênicos possuem compostos que podem causar danos cardíacos e vasculares", complementa.

Segundo Aurichio, é essencial que todas as pessoas avaliem seu estado físico geral antes de ingressar na academia ou em qualquer outro tipo de atividade física. O médico irá avaliar o seu estado físico geral, mas principalmente, observar a sua capacidade cardiorrespiratória e a saúde das suas articulações. Muitas pessoas possuem problemas cardíacos congênitos, ou seja, nascem com ele. E, infelizmente, não sabem desse diagnóstico e matriculam-se em uma academia. Ao realizar qualquer tipo de esforço, eles podem evoluir para um problema maior", destaca. "Além disso, muitos 'atletas de fim de semana' apresentam lesões articulares por falta de condicionamento físico e ao entrar na academia acabam por lesionar mais ainda por não possuir orientação antes da prática do exercício", finaliza o médico.

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