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Ciência e Saúde

Sesa confirma morte de criança por meningite meningocócica em Paranaguá

Informação foi divulgada na sexta-feira, 19, após a finalização dos exames (foto: Arquivo AEN)

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A Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) do Paraná confirmou que a causa da morte da criança de quase dois anos de idade, no sábado, 13, foi meningite meningocócica. Segundo a Sesa, o soro grupo não foi detectado. A confirmação foi divulgada na sexta-feira, 19, após a finalização dos exames pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen).

A família da criança alega que houve negligência por parte do atendimento de saúde realizado na UPA, primeiro local que os pais procuraram após o aparecimento dos sintomas. A Prefeitura de Paranaguá anunciou, nesta semana, que será formada uma comissão médica para investigar se houve ou não negligência.

“A partir da denúncia, nós vamos apurar os casos. Quem vai analisar a conduta médica será uma comissão formada por médicos. Eles que vão verificar os procedimentos, os sintomas e se a médica que atendeu o menino seguiu o protocolo”, destacou a secretária municipal de Saúde, Lígia Regina de Campos Cordeiro.

ENTENDA MAIS SOBRE A DOENÇA

A médica Infectologista, Dra. Lucia Eneida Rodrigues, explicou que qualquer irritação ou inflamação que acometa as meninges, membranas que revestem o cérebro, auxiliando na proteção, nutrição e defesa, é chamada de meningite.

“Entre as causas infecciosas, as mais comuns são as de origem viral, que na maioria das vezes têm evolução benigna, porém de 1 a 3% dos casos pode evoluir para quadro extremamente grave com encefalite, óbito ou sequelas graves. Na maior parte dos casos de meningites virais, o agente causador não é identificado, pois são inúmeros vírus possíveis; porém o tratamento é o mesmo, de suporte e controle dos sintomas e complicações”, esclareceu Dra. Lucia.

A evolução da doença depende da idade e da condição de saúde do paciente. “Sempre mais grave em extremos de idade, como crianças pequenas e idosos. Quanto menor a criança maior a chance de óbito e sequelas pela fragilidade própria dos pequenos. Cerca de 65% das meningites não têm causa especificada”, ressaltou Dra. Lucia.

Dentre as meningites bacterianas, a meningocócica está entre as mais comuns entre crianças de um mês a sete anos. "As meningites bacterianas são extremamente graves e com risco de mortalidade que pode atingir 15 a 20% dos casos”, disse Dra. Lucia.

SINTOMAS

Segundo a médica, os sintomas da meningite podem ser dor de cabeça, vômitos, rigidez da nuca, abatimento e febre alta, assim como falta de apetite e irritabilidade e choro sem motivo. “A vacinação existente em nosso meio é a maneira de prevenção da meningite por pneumococo (cepas disponíveis), hemófilos tipo B e meningococo tipo C. São aplicadas na infância, conforme o calendário do programa nacional de imunizações e algumas têm reforços na adolescência”, afirmou a Dra. Lucia.

A baixa procura de vacina pela população, principalmente infantil, implica em aumento de circulação de vários vírus e bactérias (foto: divulgação)

IMPORTÂNCIA DA VACINA

A baixa procura de vacina pela população, principalmente infantil, implica em aumento de circulação de vários vírus e bactérias, com consequente aumento do risco de adoecimento de toda comunidade. “Todos devemos nos vacinar, verificar a carteirinha de vacinas e colocar em dia. Quando eu me vacino, eu me protejo e também protejo quem está perto de mim e não pode tomar vacina: a sua tia que está tratando com quimioterapia, o seu vizinho que tem doença de pulmão e usa remédios fortes, ou o avô que está frágil pela idade avançada. Também protejo as mães que amamentam e seus bebês, os bebês que não podem ser amamentados. Toda a comunidade deve se proteger, para que a proteção atinja a todos, podendo ou não ser vacinados. Quando deixo de vacinar meu filho ou esqueço a minha vacina, contribuo para aumentar a circulação de vírus e bactérias na comunidade”, finalizou a médica.

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