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Ciência e Saúde

Prefeitura deve criar comissão médica para investigar caso de morte com suspeita de meningite

Autoridades de saúde do município e da 1.ª Regional de Saúde esclareceram dúvidas sobre a meningite.

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Na tarde de segunda-feira, a Secretaria Municipal de Saúde realizou uma coletiva de imprensa para tratar de assuntos relacionados à cobertura vacinal e as unidades que aplicam as doses no município. Na noite de sexta-feira, 12, uma criança de quase dois anos, Gabriel Galdino Araújo, foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), sendo liberado em seguida, após prescrição médica. No sábado, 13, com uma piora no quadro, a criança foi levada para o Hospital Regional do Litoral.

Segundo familiares, o atendimento foi negligenciado na UPA e há a suspeita de que a causa da morte tenha sido meningite bacteriana. A Secretaria Municipal de Saúde e Prevenção criou uma comissão para investigar a morte do menino. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a causa só será confirmada após resultados dos exames laboratoriais pelo Lacen (Laboratório Central do Estado do Paraná).

A coletiva contou com a presença da superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Eleniz Mendes; da chefe de Vigilância Epidemiológica da 1.ª Regional de Saúde, Solange Southier; do diretor médico da secretaria, Adão Rodrigues; da secretária municipal de Saúde, Lígia Regina de Campos Cordeiro; e da enfermeira Andrea Gomes.

“A partir da denúncia, nós vamos apurar os casos. Quem vai analisar a conduta médica será uma comissão formada por médicos. Eles que vão verificar os procedimentos, os sintomas e verificar se a médica que atendeu o menino seguiu o protocolo. Uma comissão será criada para isso, a partir de agora”, destacou a secretária de Saúde. As autoridades de saúde ainda ressaltaram que se trata de uma suspeita, mesmo que esteja descrito meningite no atestado de óbito.

“Infelizmente existe uma campanha nas redes sociais que enfatizam que não é para vacinar. Nós estamos adquirindo na Secretaria de Saúde um Vacina Móvel para ir aos locais mais distantes. É um compromisso do prefeito para que ainda neste ano seja entregue esse equipamento e nós temos a programação de fazer mais campanhas para chamar o público jovem em geral”, destacou a secretária Lígia.

A enfermeira Andrea lembrou a necessidade de estar com a carteira de vacinação atualizada. “Queremos enfatizar a importância da vacinação de um modo geral, para que os pais levem as crianças e adolescentes com a carteirinha e aproveitar as doses nas unidades de saúde e vacinar. O que tem ajudado muito é a exigência da carteira de vacinação na matrícula escolar”, frisou Andrea.

A chefe de Vigilância Epidemiológica da 1.ª Regional de Saúde, Solange Southier, disse que existem várias vacinas contra meningite. “Ao nascer, a criança já toma a BCG, que é contra a tuberculose das meninges. Temos a pentavalente, que são cinco vacinas em uma, que inclui um tipo de meningite. Temos ainda a Meningo C e a Pneumocócica 10. Isso está preconizado no SUS e estamos vendo que os pais estão deixando de fazer as vacinas de rotina”, enfatizou.

SURTO DE MENINGITE

Cogitados sobre a possibilidade de surto de meningite em Paranaguá, as autoridades de saúde destacaram que um caso na visão deles já chama a atenção. “Se você tem uma alta cobertura vacinal, quer dizer que a população está imunizada. Por isso, quando não temos uma alta cobertura, podemos ter surto. Não existe o surto, mas existe o risco, como qualquer outra doença”, explicou Solange.

O médico Adão Rodrigues explicou quais sintomas que o paciente apresenta para se suspeitar de meningite “Os clássicos são febre alta, dores de cabeça, dor no corpo, irritabilidade, náuseas, vômitos, rigidez de nuca e manchas no corpo. Para fechar o diagnóstico, fazemos o exame de líquor e mandamos ao laboratório. O tratamento já pode começar com a observação do quadro clínico, com antibióticos”, frisou o médico.

COBERTURA VACINAL NO ESTADO

A cobertura vacinal no Paraná, apesar de alta, ainda não é a ideal. Para crianças menores de um ano, o Estado possui 82,81% do público imunizado. Em crianças de um ano, a cobertura é de 86,86%. No entanto, a meta definida pelo Programa Nacional de Imunizações é de 95% de cobertura nesta faixa etária. Os dados tratam-se de informações preliminares divulgadas pelo SIPNI (Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações).

A Sesa informou que a vacina meningocócica C esteve com o envio reduzido, no período de abril de 2018 até fevereiro de 2019. A partir de março de 2019 a situação foi normalizada. “A SESA está atenta a esse problema e em conjunto com as Regionais de Saúde e municípios tem realizado todos os esforços possíveis para garantir o monitoramento do estoque de imunobiológicos e quando necessário remanejamento da vacina o mais rápido possível para evitar o desabastecimento no Paraná”, frisou a Sesa.

ESQUEMA VACINAL

O esquema vacinal para crianças compreende uma dose aos três meses de vida e outra aos cinco, com intervalo de 60 dias entre as doses. É necessário ainda aplicar um reforço de uma dose aos 12 meses de idade.

A Sesa esclarece que o Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI/MS) organiza toda a política nacional de vacinação da população brasileira, incluindo a definição das vacinas nos calendários e das campanhas nacionais de vacinação, as estratégias e as normatizações técnicas sobre sua utilização, bem como o provimento dos imunobiológicos definidos.

“Estas decisões estão respaldadas em bases técnicas, científicas, logísticas, em evidência epidemiológica, eficácia e segurança do produto, somados a garantia da sustentabilidade da estratégia adotada para a vacinação, com orientações específicas para crianças, adolescentes, adultos, gestantes, idosos e indígenas. A vacina meningocócica C está preconizada pelo PNI no Calendário Nacional de Imunização para a faixa etária de menor de 1 ano e de 1 ano. Ainda no calendário nacional de vacinação, a vacina está disponível para os adolescentes na faixa etária de 11 a 14 anos de idade”, explicou a Sesa.

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