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Ciência e Saúde

Médico detalha malefícios causados pelo cigarro e importância do Dia Mundial sem Tabaco

“O tabagismo é um vício e deve ser tratado como tal. O médico ajuda a tratar, mas claro que deve ser levado em conta que o protagonista nisso tudo é a própria pessoa”, afirma o médico João Zattar

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Dr. João Zattar destaca que cigarros eletrônicos e narguilé também fazem mal à saúde 

Criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Dia Mundial sem Tabaco é celebrado na data de 31 de maio, momento que se destina a uma reflexão e alerta aos cidadãos quanto às doenças e mortes evitáveis  relacionadas ao tabagismo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) do Ministério da Saúde, neste ano o tema da data é “Tabaco e Saúde Pulmonar”, com divulgação e elaboração de materiais informativos para divulgar à população brasileira os malefícios dos cigarros e seus semelhantes. De acordo com o INCA, 428 pessoas morrem por dia por causa do tabagismo, sendo que 156.216 óbitos poderiam ser evitados anualmente caso o uso do tabaco fosse eliminado pela população.

Segundo o médico João Felipe Zattar Aurichio, o tabagismo é um dos maiores males da saúde criado pelo homem. “É uma doença que foi produzida e não da natureza. Os dados são assustadores, no Brasil, 428 pessoas morrem por dia por dependência da nicotina e as complicações do cigarro são responsáveis por R$ 56,9 bilhões de perdas a cada ano, devido à despesa médica e perda da produtividade. Ter uma data para abordar a luta contra o tabaco é engajar as pessoas e lembrá-las de que essa doença existe e deve ser tratada”, explica. 

COMPLICAÇÕES DE SAÚDE

De acordo com João Zattar, a cada dia mais complicações de saúde são atribuídas ao uso do cigarro e do tabaco. “As principais são: enfisema pulmonar, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), câncer de pulmão, câncer de esôfago, câncer de bexiga, trombose, derrame e infarto. Mas o maior prejuízo, sem sombra de dúvidas, é o vício. Não há droga no mundo, nem crack, nem cocaína que cause mais vício do que a nicotina. A abstinência do tabagista é muito grave. Que droga a pessoa precisa utilizar 20 vezes ao dia ou de 40 a 40 minutos ou que precise acordar e já consumi-la? Não há droga mais viciante que o cigarro”, alerta o médico.

De acordo com o INCA, 428 pessoas morrem por dia por causa do tabagismo no Brasil (Foto: EBC)

NARGUILÉ E CIGARROS ELETRÔNICOS

De acordo com o médico, além dos cigarros industrializados, tanto os eletrônicos quanto o narguilé fazem muito mal à saúde. “O cigarro eletrônico é um dispositivo portador de nicotina. Ou seja, ele é uma forma de administrar a droga mais viciante que existe, a própria nicotina. Ele vai manter a pessoa consumindo. Sabemos que ele não possui todas as impurezas do próprio cigarro, mas pode causar os mesmos efeitos na saúde, porém com menor risco. Já o narguilé pode até ser pior do que o cigarro. Isso vai depender da quantidade que você fuma. O vício nesses dois dispositivos pode ser até maior que o cigarro, pois eles, além de permitirem uma interação social maior, possuem essências diversas que mascaram o gosto da fumaça”, explica João Zattar.

COMO DEIXAR DE FUMAR?

“Fumar não é somente um hábito, é um vício como qualquer tipo de drogadição. O tabagista, caso não consiga parar por conta, deve procurar ajuda do seu médico de confiança. Ele, com certeza, irá indicar o tratamento correto e orientará um tratamento multidisciplinar, o qual envolverá: psiquiatra, psicólogo, pneumologista, nutricionista, dentre outros. Não é fácil nem rápido”, explica João Zattar. O médico acrescenta que, às vezes, é necessário uso de remédios para controle de crises de abstinência, algo que só deve ser feito com acompanhamento médico. “Não utilize substâncias que você acha que podem ajudar como adesivos, chicletes de nicotina ou cigarros eletrônicos, sem ter a orientação de um profissional”, alerta.

Outra importante ação que as pessoas podem tomar para deixar de serem tabagistas é adquirir hábitos mais saudáveis como exercícios físicos diários, alimentação rica em proteína e fibras, bem como ter boas noites de sono. “O tabagismo é um vício e deve ser tratado como tal. O médico ajuda a tratar, mas claro que deve ser levado em conta que o protagonista nisso tudo é a própria pessoa. Não é incomum utilizarmos antidepressivos, ansiolíticos ou controladores do humor para tratar o vício do cigarro, mas isso somente sob prescrição médica. Todos os médicos são aptos a tratar disso, mas os mais indicados são: seu clínico de confiança, psiquiatra e pneumologista”, finaliza o médico João Felipe Zattar. 

De acordo com o médico, além dos cigarros industrializados, tanto os eletrônicos quanto o narguilé fazem muito mal à saúde (Foto: EBC)

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