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Ciência e Saúde

Dia Nacional de Doação de Órgãos é comemorado hoje em todo o País

Paraná tem cerca de 2 mil pacientes aguardando na fila de transplantes

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O dia 27 de setembro é marcado pelo Dia Nacional de Doação de Órgãos, por meio da lei federal 11.584, de 2007. No Paraná, há cerca de 2 mil pessoas aguardando na fila por um transplante, enquanto em todo o País, são perto de 30 mil. A coordenadora do setor de educação da Central Estadual de Transplantes do Paraná, a enfermeira Luana Cristina Heberle dos Santos, prestou alguns esclarecimentos sobre como ocorre todo o processo para doação de órgãos no Estado.

“Podem ser doados o coração, pulmão, fígado, rins e pâncreas, que são os órgãos sólidos, e também os tecidos, pele, córneas, coração para válvulas e ossos. Um doador pode salvar até sete vidas, doando os órgãos sólidos, e muito mais vidas, ajudando a melhorar a qualidade de vida do transplante de córneas, já que devolve a visão”, explicou Luana.

Assim como os órgãos sólidos, ossos e peles também ajudam a devolver a qualidade de vida para muitos pacientes. “As peles são utilizadas tanto em queimaduras como em reconstrução no caso de acidentes de automóvel, quando há perda muscular. Além dos grandes queimados. No caso de ossos, temos muitas crianças na fila de espera na parte odontológica e também para crianças que possuem doenças e dificuldades que o transplante de ossos pode ajudar a melhorar e contribuir para a qualidade de vida”, afirmou Luana.

Um sistema nacional e informatizado cruza os dados dos potenciais doadores com os potenciais receptores para analisar onde há compatibilidade

QUEM PODE DOAR

A enfermeira ainda comentou sobre um dos principais mitos envolvendo a doação de órgãos. “O diagnóstico no Brasil é um dos mais seguros do mundo, porque temos um protocolo com várias etapas, ou seja, vários exames, e dentre esses temos um exame de imagem que confirma se realmente há morte encefálica. Se o diagnóstico é confirmado é 100% de certeza e, infelizmente, irreversível. A Central de Transplantes e as organizações de procura de órgãos, com as comissões que estão dentro do hospital, acompanham todo esse diagnóstico”, destacou Luana.

O Sistema de Transplantes é nacional, informatizado, que cruza os dados dos potenciais doadores com os potenciais receptores para analisar onde há compatibilidade. “Temos hoje na nossa lista estadual mais de duas mil pessoas à espera de um transplante no Paraná. No Brasil, a lista vai além de 30 mil pessoas. Primeiro verificamos se há doadores compatíveis no Estado. Se por acaso esses órgãos não forem compatíveis, a gente disponibiliza para a fila nacional. Temos que ver a proximidade porque cada órgão tem um tempo para ser transplantado”, frisou a enfermeira.

CONSENTIMENTO FAMILIAR

Em 2001, foi instituída a lei do consentimento familiar. A partir dela, ficou a cargo dos familiares a decisão de doar ou não os órgãos.

“No País, são eles que têm o poder da decisão, independente se deixamos ou não por escrito. A família recebe todas as informações e os esclarecimentos na hora que está passando por esse momento difícil de perda do seu ente querido. Por isso, precisamos comunicar os nossos familiares a nossa vontade de ser doador”, instruiu Luana.

A abordagem da família acontece por meio de profissionais habilitados para levar o tema no momento do luto, explicando que a decisão sobre a doação de órgãos é livre.

No caso de mortes de crianças e adolescentes, cabe também à família decidir sobre a doação dos órgãos. “Geralmente, tomam como base se a pessoa gostava de ajudar o próximo e entende que é preciso continuar ajudando, é ressignificar a morte do seu ente querido e isso, posteriormente, a maior parte das famílias relata que traz um conforto por decidir pelo sim, principalmente os pais de crianças que não querem que outros pais passem pela dor que estão passando”, observou a enfermeira.

Para finalizar, Luana deixou um recado a toda a população neste dia em que se pode refletir e entender mais sobre o tema. “A nossa chance de precisar de um órgão é extremamente maior que a nossa chance de poder doar. As pessoas que tiverem a oportunidade de dizer esse sim, de salvar outras vidas através desse sim, que o façam”, concluiu Luana.

Com informações do MPPR / Fotos: Gustavo Pontes

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