A Prorrogação

Mesmo virando piada no Carnaval, a instalação do encanamento não acelerou. Em 10 de março a “Empreza” assinaria um termo de prorrogação e solicitou que uma pessoa idônea acompanhasse o fiscal para verificar o desenvolvimento das obras. Assim, no dia 8, subiram à Cachoeira do Miranda o Sr. major José Lobo, prefeito interino, o major Pedro Scherer, engenheiro municipal, o senhor Aristides de Oliveira, fiscal, e outras pessoas para analisarem o estado dos serviços. Foram recebidos pelo Sr. Bauzer, engenheiro encarregado, podendo verificar que a linha adutora estava com o leito pronto até o lugar denominado “Agua Boa,” cerca de 8Km de Paranaguá, com os tubos alinhados, faltando somente soldá-los. Havia 60 operários trabalhando, mas a falta de mão-de-obra era um fator que atrasava o avanço dos trabalhos.  

A empresa pediu 4 meses de prorrogação para a entrega dos trabalhos, “em vista da continua falta de operários, com que lutava”. A prefeitura adiou a inauguração do sistema de água encanada na cidade para até 7 de Setembro de 1913 e no Porto d’Água até 15 de novembro, aproveitando os dois grandes feriados nacionais. Se os prazos fossem desrespeitados novamente a empresa pagaria quinhentos mil réis (500$000) por dia até exceder seis meses. Depois disso, o contrato seria rescindido sem nenhum direito à Empreza.

Apesar de esticar o tempo para a conclusão da instalação do sistema de água potável encanada, desta vez a prefeitura exigiu como contrapartida que a Empreza, também responsável pela luz da cidade, trocasse os velhos postes elétricos de madeira por outros mais modernos de ferro, além de reduzir em 10% os preços da iluminação. No dia 10 o termo de prorrogação foi assinado, adiando mais uma vez a chegada da água encanada.

Por Alexandre Camargo de Sant’Ana