A lenda dos cabelos crespos

 

Um dos itens mais bonitos nas mulheres são os cabelos. Infelizmente por preconceito até com eles mesmos, as donas dos cabelos crespos e cacheados se sentem inibidas por conta de seu visual e com o excesso de rejeição sofrem por acreditar não se encaixar na sociedade. A verdade, é que cabelos devem estar bem tratados.

“Você é bonita, mas devia mudar esse cabelo! ”

Essa foi a frase que mudou minha vida durante 3 anos. Foi quando decidi alisar meus cachos para seguir os padrões que a sociedade impunha; com apenas 13 anos escolhi fazer definitiva para “arrumar” meu cabelo. No começo foi maravilhoso, recebi vários elogios e me sentia finalmente incluída nos grupos do colégio, afinal não existiam mais as piadinhas maldosas na classe e os fios flutuavam com o vento. O tempo passou e eu não conseguia mais me reconhecer, fiquei escrava do cabelo escorrido e do liso perfeito, não podia mais jogar vôlei ou realizar qualquer esporte, pois eu iria suar e todos veriam minha raiz crescendo.

Não aguentava mais fingir; eu não estava feliz com o resultado, e foi quando me olhei no espelho e tomei uma decisão: fazer o “big chop”.

Meu cabelo era comprido e acreditava que iria ser motivos de chacotas entre colegas e iriam achar feio, mas preferi ouvir minha opinião dessa vez, fazer o que me deixaria feliz.

Faz uns quatro anos que estou liberta, que me sinto à vontade para tomar banho de chuva e fazer qualquer esporte sem me preocupar com a raiz e o frizz. Gosto do volume dos meus cachos e até da indefinição de vez em quando. Assumir meu cabelo fez minha autoestima voltar. Lógico que não foi fácil na transição, pois ouvi muitas coisas ruins pelo simples fato de querer ser eu mesma. Mas valeu a pena cada dia, pois a mudança foi de dentro para fora.

Hoje recebo vários elogios e até me pedem dicas de produtos; ainda recebo críticas às vezes, isso é inevitável, mas elas não fazem mais minha cabeça, afinal sou muito feliz assim, e não vejo só como um cabelo cacheado, mas vejo minha história, minha identidade. Eu sou bonita sim, e não preciso mudar o meu cabelo.

Depoimento emocionante de Dayane Andrioli

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