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Caos Ferroviário

RUMO não entra em acordo com prefeitura e Câmara de Paranaguá

Reunião proposta pelo prefeito Marcelo Roque teve participação de 10 vereadores

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Na manhã de quarta-feira, 1.º, o Palácio São José reuniu o comando político de Paranaguá com a empresa RUMO, para saber se as demandas feitas pela comunidade, repassadas pelo prefeito Marcelo Roque e Câmara de Paranaguá, seriam atendidas no que tange à retirada de fluxo ferroviário nos horários de pico, bem como possíveis melhorias na mobilidade urbana de Paranaguá. Apesar disso, a RUMO não entrou em acordo com o Executivo e com o Legislativo, representado pelo presidente, vereador Marcus Elias Roque, e outros nove legisladores. Com isso, prorroga-se o caos ferroviário em Paranaguá, questão que será levada à Justiça pelo município, bem como incidirá em multa diária de R$ 20 mil a empresa por descumprimentos, seguindo Lei Municipal aprovada recentemente.

 

 

Há cerca de duas semanas, a Folha do Litoral News está abordando o problema da passagem dos trens da RUMO para a população de Paranaguá, algo inclusive destacado pelo prefeito na reunião, quando ressaltou a importância social da série de reportagens. Filas de mais de 40 minutos causadas pela passagem do trem prejudicam diariamente milhares de condutores, ciclistas e pedestres, principalmente na Avenida Roque Vernalha. Além disso, outra questão levantada pelos moradores no entorno da ferrovia é a poluição sonora da buzina do trem, algo que ocorre inclusive na madrugada, prejudicando o período de repouso dos munícipes, questão que está sendo investigada pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). 

“Esta luta contra o caos ferroviário é grande e em prol da sociedade de Paranaguá. Tivemos uma reunião na semana passada com uma equipe da RUMO, quando ficou acordado para esta quarta-feira uma nova rodada de conversas, tentando amenizar este transtorno dos trens na Avenida Roque Vernalha e em toda a cidade. Infelizmente não chegamos a um consenso. Aqui estavam os poderes Executivo e Legislativo, com 10 vereadores, dialogando e tentando entrar em consenso para não prejudicar o nosso povo. Saímos frustrados com o resultado da reunião”, ressalta o prefeito Marcelo Roque.

De acordo com o prefeito, foi proposto à empresa que fossem realizadas adequações nas manobras e passagens de trens na Avenida Roque Vernalha e em outras vias principais da cidade, no entanto, a RUMO argumentou que esta adequação não será possível e seria um prejuízo logístico. “Serão tomadas medidas judiciais contra a empresa. Tanto pelo transtorno na mobilidade urbana, quanto na parte ambiental, na limpeza dos trilhos e poda do matagal. O município está notificando a RUMO desde o início do ano e agora também iremos multar com a Lei Municipal sobre os horários de pico e interrupção de tráfego da nossa população”, comenta.

“Infelizmente não chegamos a um acordo. Não houve flexibilidade nenhuma da empresa quanto à passagem de trens nos horários de pico de manhã, no almoço e no início da noite. A empresa entende que vai prejudicar a parte lucrativa dela, mas o que de fato está sendo prejudicado é o direito de ir e vir da nossa população. Esperamos que ela reveja o seu conceito e que dê uma abertura em prol do povo de Paranaguá”, completa Marcelo Roque.

O vice-prefeito e secretário de Obras, Arnaldo Maranhão, destacou a necessidade da RUMO colaborar com o desenvolvimento da sociedade parnanguara, tanto com ações quanto com o apoio junto à União para que melhorias sejam feitas em Paranaguá. “A RUMO passa por 600 municípios brasileiros, no entanto em Paranaguá temos uma situação diferenciada, com um dos maiores portos do Brasil e uma cidade que precisa de desenvolvimento sustentável. Eles precisam ter respeito por Paranaguá”, comenta.

 

LEI MUNICIPAL

Uma Lei Municipal recentemente aprovada, que entra em vigor na quinta-feira, 2, deve multar a RUMO em R$ 20 mil por dia no caso da empresa não criar horários fixos fora do período de maior fluxo na Avenida Roque Vernalha, algo que os representantes da concessionária não se comprometeram a fazer na reunião. O presidente da Câmara e autor da Lei, vereador Marcus Elias Roque, destacou que os prejuízos causados pela linha férrea à sociedade local existem há muito tempo. “Ocorre que alguma coisa de concreto a RUMO precisa fazer urgentemente. Tomaremos as atitudes cabíveis com a empresa, em um consenso entre a Câmara e Prefeitura”, comenta, ressaltando que a cobrança à RUMO é uma forma de respeito à população por parte dos representantes políticos de Paranaguá.

 

RUMO SE PRONUNCIA

De acordo com Giana Custódeo, gerente de relações governamentais da RUMO, o objetivo da vinda da comitiva da empresa à prefeitura foi de levar propostas para amenizar questões que o município e a comunidade têm requisitado com relação ao tráfego férreo em Paranaguá. “Infelizmente não chegamos a um consenso com a prefeitura, mas a empresa mantém este diálogo e está disposta a viabilizar dentro do que for possível para que as necessidades sejam atendidas”, complementa.

A RUMO propôs ao município a apresentação de três projetos para construção de passarelas na área urbana de Paranaguá, que seriam construídos com recursos exclusivamente da prefeitura em locais definidos também pelo município e comunidade. “Estamos também com uma carta para criação de um Comitê Ferroviário com representantes da concessionária e das comunidades do entorno da ferrovia. Este documento foi protocolado na prefeitura para que ela indique os seus representantes”, explica.

 

RUMO: NADA IRÁ MUDAR

“Queremos que o diálogo permaneça e que as partes cheguem a um consenso. Conversamos com vereadores e prefeitura para marcar uma possível ida ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Brasília unindo forças para que o DNIT realize obras de infraestrutura no município”, explica a diretora da RUMO. Segundo a concessionária, na Roque Vernalha, supostamente, hoje existe apenas circulação de trem e não manobras. “Não tem como restringir a questão da circulação do horário em função da demanda que vem dos terminais de Paranaguá de entrega de carga”, destaca.

A gerente da RUMO, Giana Custódeo, comentou também a questão da poluição sonora provocada pelas composições férreas, inclusive no período da madrugada, algo investigado pelo MPPR atualmente. “A questão da buzina que gera poluição sonora a gente segue uma norma da ABNT a qual dá parâmetros de buzina. Hoje a RUMO atende a todos estes parâmetros, incluindo de decibéis mínimos e máximos permitidos. A gente simplesmente segue as normas vigentes”, finaliza.

 


RUMO não atendeu à demanda feita pela população para não trafegar em horários de pico

 

Marcaram presença na reunião os vereadores Nilo Monteiro, Benedito Nagel, Thiago Kutz, Ratinho Miguel, Orlei Correa (Sargento Orlei), Waldir Leite, Adilson Soares Zela (Tucano) e Eduardo Francisco Costa de Oliveira (Edu).

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