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E os debates vão perdendo o sentido filosófico

A humanidade herdou grandes argumentos da filosofia, mas os debates cada vez mais perdem o senso e até a direção, tornando-se desinteressantes ou até sem impacto

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Diante dos acontecimentos recentes no país e estado, embora não sendo erudito, não há como não perceber a falta de conteúdo em debates atuais. No início da carreira, ganhei um livro, do Padre J. de Castro Nery, “Evolução do Pensamento Antigo”, do qual transcrevo um trecho. Qualquer semelhança é mera coincidência. 

“…quando Sócrates morreu, em 399, Atenas tornara-se cheia de perigos. Era fácil aos inimigos apontá-los perante o tribunal de Atenas como os tradicionais ‘desprezadores dos deuses’. A sorte do mestre era uma advertência aos discípulos. Dentre estes, sobressai Platão, pela origem fidalga e pela radiosidade da inteligência. Nascera sob o arcontado de Diótomos, no seio de uma família que, por dois séculos, triunfara na magistratura na Grécia.

Platão tinha fortes motivos de receio. A prudência aconselhava-o a deixar temporariamente o solo em que tantas paixões se entrechocavam e decidiu-se por recrutar em Atenas.

…A democracia que o mestre não desejava destruir, mas reformar por uma transformação de sangue rico; Alcebíades, e a mocidade que não quiseram pautar a vida pelas lições do moralista; os Sofistas, cuja fatuidade ele procurara medicar.

Era o momento de aproveitar as oscilações da opinião popular e mostrar, sob uma outra luz e noutro ambiente, a figura do sonhador. Porque Sócrates fora iluminado e o cidadão cumpridor de todos os deveres. Pérides, comparado a Sócrates, desaparecia. Era um corruptor como os outros, eivado pelos mesmos defeitos. E Platão continuava a revivescer com carinho a fisionomia do condenado, lançando mão do seu estilo de poeta e dos seus pensamentos de filósofo. Atenas, a eterna bisbilhoteira, intitulavam ‘Hípias Menor’, ‘Apologia’… e o fim de tudo, ‘As Leis’.”

Dias atrás ocorreu a Conferência Nacional dos Advogados. Lembrei-me da Conferência de 1978, em Curitiba, onde ecoou o debate dos advogados, juristas e acadêmicos, sobre o direito “latu sensu“, fundamentalmente os direitos individuais do cidadão. A conferência deste ano, não teve repercussão. 

Se as correntes filosóficas no decorrer da história, não passassem de partidos políticos, brigando meramente pelo poder, mas sim pelo bem-estar do homem, não estaríamos vivenciando tamanha incerteza.

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