Eleições 1935

Como vimos na semana passada, apesar da animação do Diretor Geral dos Correios e Telégrafos do Paraná, Flávio da Silva Pereira, e do prefeito de Paranaguá, Claudionor Nascimento, o novo Prédio dos Correios demorou alguns anos para ser construído. Enquanto isso a cidade continuava agitada.

A destruição de uma casa comercial na Rua da Praia em dezembro de 1934 reacendeu a discussão sobre a chamada “indústria do incêndio” em Paranaguá. Segundo o jornal “Diário da Tarde”, há tempos isso não ocorria na cidade litorânea e de acordo com testemunhas, o proprietário do prédio – que já estava preso – tentava fraudar o seguro.

Em 1935, Manoel Ribas deixou de ser um interventor e tornou-se governador eleito pelo PSD. No mesmo ano houve eleições municipais e aparentemente o único candidato em Paranaguá era o governista Coronel Agostinho Pereira Alves, primeiro interventor na cidade durante o levante de 1930, quando invadiu Paranaguá com sua tropa e tomou o poder. Em 15 de setembro ele enviou um animado telegrama ao governador sobre as eleições, afirmando ter ocorrido tudo certo, com 1769 eleitores. Não encontrei os detalhes, mas antes do fim do mês, contrariando as expectativas, Manoel Ribas nomeou por decreto Roger Maravalhas como prefeito de Paranaguá. Um mês depois, Maravalhas ameaçava deixar a prefeitura. No início de novembro aceitou um aumento nas taxas de energia elétrica em troca da construção de uma Usina a Diesel. Ainda enfrentou uma greve dos estivadores e o governo estadual precisou intervir. Talvez a pressão tenha sido demais para Maravalhas, ainda bastante jovem (como afirmam os jornais da época), e ele abandonou o cargo em novembro.

Com um banquete regado “a vinhos finos” no “hotel VVimz”, o Coronel Agostinho assumiu a prefeitura de Paranaguá em dezembro.

Alexandre Camargo de Sant’Ana

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