O Egito é considerado o berço da história da medicina. Antigos papiros, datados de 1.600 a.C, documentam as mais antigas descobertas sobre a anatomia humana. Autopsias relatavam o coração como fonte da vida e do intelecto humano.
Nos últimos 30 anos, estudos neuroquímicos e eletrofisiológicos, permitidos pela tecnologia, trouxeram um aprofundado conhecimento sobre as estruturas cerebrais.
Através do fluxo sanguíneo, perceptível em ressonâncias magnéticas, foi possível distinguir a ativação de áreas estimuladas através de imagens, comportamentos e situações humanas específicas.
Contudo, antes de todo esse avanço tecnológico, algumas outras ideias foram concebidas. A Teoria do localizacionismo cerebral, por exemplo, perdurou por décadas, como uma ideia utópica de um cérebro estático em suas funções. Nielsen e Gall, o criador da Frenologia, utilizava a anatomia para descrever estruturas cerebrais e atribuir funções determinadas às respectivas áreas.
Do localizacionismo emergiu o interesse em novos estudos, resultando em descobertas com visões muito menos circunscritas das funções cerebrais.
Pierre Flourens realizou testes anatômicos em encéfalos de pombos e coelhos e deduziu que funções vitais, como circulação, respiração e equilíbrio, até poderiam ser atribuídas a determinadas regiões, porém, funções superiores, careciam de localização precisa, pois estas necessitavam da intercomunicação de variadas regiões do cérebro.
Os trabalhos realizados por Broca e Wernicke, no entanto, encontraram uma estreita relação entre a fala e uma região cerebral. A coordenação da ação motora da fala e o controle da compreensão dos símbolos utilizados nessa linguagem foram respectivamente detalhados pelos referidos estudiosos.
Aparentava que havia se instaurado uma crise em meio às linhas gerais de desenvolvimento do pensamento neurológico e que a antiga visão restrita estava novamente instaurada.
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