O “novo normal”, expressão usada de forma constante e até mesmo desgastante, se refere a novos costumes que foram adotados pela população durante a pandemia da Covid-19. Com o avanço da vacinação contra o Coronavírus no Brasil e possível fim do período pandêmico, o Instituto Butantan, em estudos científicos, apontou que hábitos adotados nesta crise sanitária poderão prosseguir mesmo após o fim da pandemia e sem obrigatoriedade, como o uso de máscaras quando a pessoa estiver com qualquer doença respiratória, higienização constante das mãos, assim como uma das principais: adotar a vacinação para se proteger de enfermidades preveníveis.
“A pandemia global de Covid-19 está próxima de completar dois anos e, com ela, hábitos e situações que achávamos estarem no passado se tornaram normais. Algumas dessas novas atitudes são ensinamentos sobre a melhor forma de combater e se prevenir de qualquer doença respiratória: o uso de máscaras, lavagem das mãos com água e sabão e uso de álcool em gel para dificultar a transmissão de microrganismos e a vacinação completa como prevenção”, informa o Butantan.
Segundo o instituto, pesquisas pelo mundo já comprovaram que o uso de máscaras quando o paciente tiver com qualquer doença respiratória é algo benéfico para quem utiliza e para as pessoas ao redor. “Um estudo desenvolvido em Bangladesh entre novembro de 2020 e abril de 2021, com mais de 300 mil pessoas, e publicado na revista científica Nature, demonstrou queda de quase um terço nos casos de Covid-19 entre os idosos após o uso de máscara triplicar entre os cidadãos. Para isso, os pesquisadores distribuíram as proteções e ensinaram a população a usá-las corretamente”, detalha.
A utilização de máscaras atualmente é algo obrigatório por lei no Paraná para evitar a transmissão da Covid-19. Independente disso, este equipamento de proteção individual (EPI) impede a disseminação de qualquer doença contagiosa por forma respiratória, entre elas gripe, tuberculose ou sarampo, por exemplo. “Qualquer pessoa que estiver com sintomas de resfriado (coriza e tosse, por exemplo) e decidir usar máscara, independente da pandemia, vai proteger as pessoas ao seu redor da doença”, detalha.
Higienização das mãos
Outro costume e um dos principais é a utilização do álcool em gel, uma das formas mais efetivas no combate a doenças. “Porém, a utilização desse método deve ser feita somente quando não for possível fazer a lavagem com água e sabão – quando estiver fora de casa, por exemplo. A higienização com água e sabão é a forma mais eficaz de limpeza das mãos”, detalha.
O Butantan afirma que o uso de álcool atualmente é obrigatório em estabelecimentos públicos. “Ele é um grande aliado no combate a doenças infecciosas: os componentes presentes no produto causam a desnaturação de proteínas e de estruturas lipídicas da membrana celular dos microrganismos, ocasionando a destruição da célula. Para a proteção ser efetiva, o Conselho Federal de Química recomenda o álcool em concentração superior a 70%”, acrescenta.
Vacinação
A entidade científica afirma que a imunização contra a Covid-19 reforçou a importância da vacinação para o controle de doenças, salvando vidas e evitando internamentos. “Cientistas afirmavam que apenas com a vacinação coletiva o mundo iria superar o vírus. E isso tem se comprovado na prática: na 14.ª semana epidemiológica de 2021, entre 4 e 10/4, foram registradas 21.141 mortes causadas pelo SARS-CoV-2; na 3.ª semana epidemiológica de 2022, entre 16 e 22/1, foram 1.830 óbitos, mesmo com o recrudescimento da doença devido à disseminação da variante ômicron. Essa queda é consequência direta da imunização: mais de 80% da população-alvo brasileira está vacinada”, acrescenta.
Segundo o Butantan, todas as vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) passaram por rigorosos testes até a aplicação na população geral. “Isso prova que, para combater enfermidades preveníveis, a vacinação é a melhor saída. Doenças como a gripe (influenza), sarampo, rubéola, varíola, febre amarela, entre outras, foram controladas ou extintas por meio da imunização em massa. Esse é um fato conhecido da ciência desde a produção da primeira vacina, contra a varíola, desenvolvida pelo médico britânico Edward Jenner em 1796”, finaliza o Instituto Butantan.
Com informações do Instituto Butantan